A Polônia anunciou um ambicioso plano de expansão militar que prevê aumentar seu exército para 500 mil soldados e considerar o acesso a armas nucleares. A decisão ocorre em meio a mudanças na política externa dos Estados Unidos, que, sob a nova gestão de Donald Trump, têm reduzido seu compromisso com a defesa da Europa. A informação foi divulgada por Hoje no Mundo Militar e aponta que Varsóvia busca reforçar sua capacidade de defesa de forma independente, diante da crescente ameaça russa.
Atualmente, as forças armadas polonesas contam com cerca de 216 mil militares na ativa e 670 mil reservistas. O novo plano prevê dobrar o efetivo militar nos próximos três anos, chegando a 500 mil soldados e mais de um milhão de reservistas. Além disso, o governo pretende implementar um programa de treinamento militar obrigatório para todos os homens adultos, capacitando a população para atuar em um possível conflito.
O investimento em defesa também será ampliado. A Polônia já destina 4% do seu PIB para gastos militares, superando o mínimo exigido pela OTAN, que é de 2%. Com a nova estratégia, esse valor pode subir para 5%, consolidando o país como uma potência militar regional. Varsóvia tem adquirido modernos equipamentos, como tanques M1 Abrams e K2 Black Panther, obuseiros K9 Thunder e caças F-35.
Um dos pontos mais delicados do discurso do primeiro-ministro Donald Tusk foi a possibilidade de acesso a armas nucleares. Embora a Polônia seja signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o governo avalia alternativas, incluindo uma possível cooperação com a França para participação em um programa de compartilhamento nuclear.
A movimentação ocorre diante da incerteza sobre o futuro da OTAN e a postura dos Estados Unidos em relação à segurança europeia. Com a guerra na Ucrânia e ameaças constantes da Rússia, a Polônia vê a necessidade de fortalecer sua capacidade de defesa para garantir sua soberania.
O cenário atual reforça a tendência de militarização na Europa e pode impactar diretamente o equilíbrio de poder no continente. O aumento do contingente militar polonês e a possibilidade de envolvimento nuclear são reflexos de uma nova era na segurança europeia, impulsionada pela instabilidade geopolítica e pela busca de maior autonomia em defesa.