Uma nação europeia que tem uma memória histórica vívida de agressões e ocupações, especialmente por parte da Rússia/União Soviética. Entraram para os anais da história bélica, por exemplo, a invasão alemã em setembro de 1939, quando soldados a cavalo (!) foram massacrados pelos panzers da vizinha Wehrmacht. Situado na linha de frente da OTAN, este país pode ser visto como um pilar crucial na defesa do flanco oriental da aliança. A percepção é de que a dissuasão por meio da força é a única garantia real de segurança.
A agressão russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022 foi um divisor de águas para a estratégia de defesa deste que pode se tornar uma nova “linha Maginot” mais a leste. Compartilhando uma extensa fronteira com a Ucrânia, além de limites com o enclave russo de Kaliningrado e a Bielorrússia (aliada de Moscou), o sentimento coletivo de ameaça em sua capital, Varsóvia, pode ser uma realidade palpável e mesmo imediata.
O rearmamento acelerado da Polônia pós-Ucrânia
Num dos movimentos de rearmamento mais relevantes da Europa desde a Guerra Fria, a Polônia está empenhada num ambicioso plano para transformar suas Forças Armadas. Uma dessas metas é alcançar um efetivo de 500.000 soldados, além do investimento de bilhões em equipamentos de última geração, como mostrado pela Revista Sociedade Militar.
Impulsionada diretamente pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, Varsóvia busca se consolidar como uma potência militar terrestre chave no flanco oriental da OTAN.
Na última sexta-feira, 4 de abril, o homem que está na linha de frente dessa disparada polonesa em busca de poderio bélico-militar veio ao Brasil.
Visita estratégica: comandante militar polonês no Brasil
Como informado pelo site do Exército brasileiro, o comandante geral das Forças Armadas da Polônia, general de divisão Marek Sokolowski, realizou visita institucional ao comandante do Exército brasileiro, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.
A atividade ocorreu nessa sexta-feira, 4 de abril, no Quartel-General do Exército (QGEx), em Brasília.
O oficial-general da nação amiga foi recepcionado com as honras militares previstas para o cargo que ocupa. A Guarda de Honra foi composta por três pelotões de granadeiros e a banda de música do Batalhão da Guarda Presidencial, trajando uniformes históricos.
A Bateria Caiena, do 32º Grupo de Artilharia de Campanha – Batalhão Dom Pedro I, executou 19 tiros de salva, enquanto uma ala dos Dragões da Independência, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, recepcionou a autoridade visitante na entrada do QGEx.
Interesses mútuos e cooperação Brasil-Polônia
O general Marek Sokołowski tornou-se o comandante geral das Forças Armadas polonesas em abril do ano passado. Sokolowski é graduado pela Escola Superior de Oficiais de Forças Mecanizadas e já participou de missões no exterior em países como Síria, Iraque e Afeganistão.
O oficial polonês participou de uma audiência com o general Tomás, na qual foram abordados assuntos de interesse mútuo das duas instituições.
A visita do comandante polonês ao Brasil, segundo a publicação do EB “vai ao encontro da relevância dada pelo Exército Brasileiro à diplomacia militar como instrumento de atuação no campo das relações internacionais, com o intercâmbio de informações e conhecimentos.”