Não percam a fé em Deus, a esperança na vida, o horizonte de que há um plano de bem aventuranças. (Texto de colaborador)
Carta ao Povo Brasileiro Não sou anônima. Meu nome é Tânia. Sou mãe solteira, como muitas das mulheres no Brasil. Minha casa paterna foi demolida pelo álcool, pelo divórcio e pela ausência, como muitas das casas no Brasil. Como muitas crianças e jovens brasileiros, vivi a insegurança, o medo, a falta de sustentação afetiva de um lar que tivesse a fé no centro de tudo. Venho da classe média, ganho relativamente bem, mas não tenho bens, e ocasionalmente tenho dívidas.
Meu tesouro são meus dois filhos e a esperança que tenho na vida. Também não sou política. Nem escritora. Mas quantas e quantas vezes me vi querendo falar ou escrever aos pobres, aos detentos, aos famintos, aos jovens marginalizados que caem no vício das drogas e da violência, às mães desamparadas. Não porque eu me sentisse amparada e diferente por ter vindo de um contexto aparentemente mais favorável, mas justamente porque eu me sentia IGUAL no dilaceramento e queria dizer: vocês não estão sozinhos.
Tenham fé. Sempre senti que o Brasil que me viu crescer não era o mesmo que para a maioria dos brasileiros. Cheguei a passar alguns meses em uma favela do Rio de Janeiro. Posso ter saído de lá, mas a favela nunca saiu de mim e talvez já estivesse em mim como a carência profunda, a falta do limite paterno, a identidade cepada. Seqüelas muito difíceis de administrar e de apagar. Não trago receitas de auto ajuda, fórmulas de bem estar ou superação. Sob muitos aspectos, minha vida foi e continua sendo um insucesso material, um estancamento profissional e um verdadeiro fracasso no plano afetivo. Mas eu gostaria de dizer a vocês que a justiça divina existe tão certa como a luz do dia e ela irrompe como a semente no solo, na hora e na forma que Deus assim o decidir. Não percam a fé em Deus, a esperança na vida, o horizonte de que há um plano de bem aventuranças e de misericórdia infinita. Nunca duvidem que Deus é bom.
E não pensem que um dia o Brasil poderá ser um país justo sem que tenha Deus no centro, sem que como base de tudo estejam os valores humanos pelos quais tantos deram a vida. Não importa se o Estado é laico ou não, sem um fudamento de fé um povo não cresce, os valores não se fixam, a justiça não se consuma. Quantas vezes pensei em fazer um belo discurso ou mesmo de escrever um extenso livro mas hoje decidi escrever esta carta, neste momento que vive o País, e espero que ela chegue ao menos a um leitor que dela possa tirar proveito.
É para dividir e partilhar minha experiência de subdesenvolvimento emocional que me levou a desvios de natureza comportamental, dependência em relacionamentos e a conhecer o inferno das relações sexuais desordenadas e sem o lastro do amor. Não posso ficar calada enquanto vejo os temas serem expostos nas ruas e discutidos no Congresso. Como pessoa que já se perdeu inúmeras vezes tentando contornar princípios da Igreja Católica enquanto eu me dizia cristã, venho dar meu testemunho de fé, hoje praticante, absolutamente contra o homossexualismo e as relações sexuais fora do matrimônio.
Nossa dignidade é sagrada assim como nosso espírito e nosso corpo. O ser humano não se define por um comportamento sexual. Não somos matérias anônimas e amorfas. Temos uma origem. Temos nome, temos gênero, somos cada um de nós únicos e perfeitos aos olhos de Deus. A vida está acima de nossa vã filosofia. E mesmo acima da vida enquanto existência está a eternidade do amor. O mal inicia seu trabalho confundindo e desordenando, e o homossexualismo claramente é um desvio e uma confusão que deve ser acompanhada e corrigida como de resto qualquer “sexualismo”. O valor é o ser humano, a castidade.
A liberdade prometida pela promiscuidade é na verdade uma prisão. É um crime contra a humanidade tratar essas questões como levianas, banalizando o convívio humano e trazendo marchas de verdadeira falta de compostura a favor do falsas liberdades e da morte que é tanto o negar-se sua identidade de gênero como aceitar a normalidade do aborto. O importante é o amor e a caridade, o respeito e o desenvolvimento pleno das pessoas.
O Estado não tem que promover o homossexualismo ou o aborto, tem de amparar os casais, as mães solteiras e zelar pela família para que cada vez menos destruição nesta célula da sociedade ocorra. A educação dos jovens é fundamental.
O Brasil é uma nação que tem um povo de fé e que precisa urgentemente resgatar e valorizar a origem de seus nacionais, essa origem singela mas tão essencial: nossas casas. O catolicismo talvez não tenha conseguido plenamente acolher e atrair nossos irmãos que foram sedimentando uma periferia de sincretismo religioso, mas tampouco ele está morto ou inerte. É nele que creio. Não é no Facebook. Compartilho da fé evangélica tão aguerrida na leitura e conhecimento da Palavra de Deus. Mas falta a Comunhão.
Jesus está também na Eucaristia e não podemos esmorecer na tarefa de que esta luz ilumine a todos. Ela é a fonte última de todo Bem que há no mundo. Convido de coração a todos que busquem a Deus, que tenham fé no povo brasileiro e rezo para que a juventude católica se movimente em favor de um país mais justo e fraterno que é o que esperamos. Temos muitos heróis anônimos que vivem em condições de segurança, moradia, transporte e educação totalmente indignos e que não recorrem à violência. Aos que cedem à violência, também me dirijo. Tudo que vocês não precisam é de um Estado que não protege os valores sãos. Se existe uma “Cura” para nossa sociedade, ela tem o nome que já conhecemos: Jesus. Tânia
Colaboração recebida em 27/06/2013, de Tania M. (A editoria do site não necessariamente compartilha da opinião dos colaboradores){jcomments on}
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