RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados

Há algo mais no ar, além dos 20 centavos… Juvenal Marques Ferreira Filho

por Sociedade Militar
01/07/2013
A A

Há algo mais no ar, além dos 20 centavos… Juvenal Marques Ferreira Filho*

No controverso Brasil a revolta popular que se espalha pelo país não pode ser nomeada de Primavera Brasileira, como a ocorrida no mundo árabe a partir de 2011. Afinal no Brasil, primavera e verão são períodos para se curtir praia, festas e o nosso carnaval.

Talvez num futuro próximo o momento de manifestações e protestos que estão ocorrendo em todo país seja conhecido como o Outono Brasileiro. Seria, talvez, bastante apropriado, pois nessa época os frutos estão maduros e há o início da troca da roupagem das árvores. Nessa estação de noites mais longas e dias curtos, ocorre a maioria das colheitas. Sob essa ótica a classe dominante estaria então colhendo o que vem plantando nos últimos anos.

O descaso dos donos do poder em prover a melhoria das condições de vida para a população, mormente nas áreas da Saúde, Educação e Segurança, proporcionaram uma multidão de indignados que atendem ao chamado das redes sociais sem saber direito o porquê. Um fenômeno da tecnologia contemporânea que atinge as massas. Mas, ao contrário da Primavera Árabe, cujos países afetados sofreram uma revolução popular, em razão das altas taxas de desemprego, elevado custo de vida e falta de melhores condições de vida para o povo, isto não foi o estopim no Brasil.

Muito embora essa conjuntura também ocorra aqui. Neste controverso País a motivação inicial para as manifestações tiveram como ignição o aumento de vinte centavos de real nas passagens nos transportes. Mais intrigante ainda é que de início a grande maioria que acorreu ao chamado das redes sociais, se quer eram pessoas de baixa renda, ou até usuários do transporte público. As manifestações não se iniciaram devido aos escândalos recentes de corrupção no país, diga-se de passagem, em todas as esferas de governo. Tampouco ocorreram pela crise no sistema público de saúde, onde milhares morrem por falta de um atendimento adequado; nem ainda pela crescente onda de crimes violentos que tem ceifado centenas de vidas diariamente nas grandes metrópoles, devido à falta de uma política de segurança pública real, uma vez que os investimentos na polícia com melhores salários, treinamento, material e adequação de efetivos só existem nas propagandas mentirosas no período eleitoral dos candidatos aos governos estadual e federal. De forma pueril os manifestantes empunham bandeiras sobre assuntos que se quer conhecem as conseqüências práticas, como o Passe Livre.

Como se fosse possível o custo zero para as empresas, afinal, motoristas e cobradores trabalhariam sem receber, o combustível também seria fornecido gratuitamente e os empresários investiriam para ter prejuízo, e quem sabe, até para repartir suas riquezas com a população. Talvez acalentem o sonho utópico de Karl Marx. Até aí não foge do normal, afinal desde o início dos tempos o povo sempre foi utilizado como massa de manobra por uma classe ou grupo de pessoas dominantes na sociedade. Preocupante é que não há na verdade uma ideologia, ou mesmo um foco num objetivo comum para se reivindicar e negociar.

A grande maioria marcha por marchar. Partidos políticos e até instituições que almejam supremacia de poder tentam colar ao movimento suas idéias com cartazes empunhados por seus adeptos ou acéfalos cooptados. Mas na verdade as manifestações em si não têm um objetivo comum traçado. Aproveitando-se da falta de liderança e objetivo comum, criminosos tem promovido afronta às instituições e a lei. Vandalismo e saques tem se tornado em desfecho diário na maioria das grandes concentrações pelo país. A grande mídia canhestra, acostumada a formar opiniões favoráveis àqueles que detém o poder com investimento pesado em seus marketings, está atônita sem entender o que está acontecendo. Algumas para manter suas audiências ensaiam até poesia para ilustrar as manifestações pelo país, exaltando a beleza desse movimento.

Os vandalismos, saques e afrontas as instituições são um pequeno preço a se pagar, dizem alguns. Aliás o dogma de que “os fins, justificam os meios” têm sido a tônica em decisões dos detentores do poder e, inacreditavelmente, e não raramente, alguns tribunais têm flexibilizado a Constituição Federal para justificar decisões que não contribuem em nada para a estabilidade jurídica da nação. Instituições desacreditas e população insatisfeita sempre foram terreno fértil para revoluções. Muitos dos que estão hoje no poder, quando na clandestinidade, procuraram se utilizar disso para difundir sua ideologia. A ironia é que hoje talvez sejam vítimas de seu próprio “remédio” utilizado no passado.

Observando-se o mapa geopolítico da América Latina, se constata que nos últimos anos vários países tem adotado regimes populistas com ideologia socialista, que tem desagradado os interesses de nações imperialistas. Nesse aspecto, o imperialismo a que me refiro não é nos termos da dominação de outrora, com a força de seus exércitos, embora ainda hoje o promovam quando julgam ser necessária para a prevalência de interesse maior de se país. Hoje a estratégia prioritária é a da dominação econômica. A desestabilização de governos não alinhados com os interesses de países dominantes não acontece somente na ficção de filmes estrangeiros. O Brasil, apesar de todas as suas dificuldades é a maior potência da América Latina e por certo o seu projeto de governo interessa em muito a outras nações.

O recrudescimento da baderna, vandalismo, saque e afronta às instituições podem encaminhar este país para um terreno perigoso. Portanto, essas ações não devem ser ignoradas pelo governo, sob pena de se instaurar a desobediência civil generalizada, onde inevitavelmente será necessário o uso da força para o restabelecimento da ordem e da paz pública.

==============

* O autor é bacharel em direito pela Faculdade Católica de Direito de Santos. Ingressou na carreira policial em 1980 como Soldado da Polícia Militar de São Paulo, onde alcançou a graduação de 2º Sargento. Em 1989 assumiu o cargo de Investigador de Polícia, tendo exercido a função até aprovação no concurso para Delegado de Polícia em 1994. É autor de vários artigos relacionados à Segurança Pública publicados em páginas de diversos sites na Internet. Contato por e-mail:[email protected] .

Ver Comentários

Artigos recentes

  • Nova moto barata da Honda é registrada no Brasil e promete chegar ao mercado por R$ 8 mil, injeção eletrônica, 10 anos de garantia e fazendo o impressionante 55 km/l 10/05/2025
  • Oficial médica é expulsa do Exército: STM, rigoroso, declarada indignidade para ser militar 10/05/2025
  • Concurso do Exército abre vagas para profissionais de saúde, técnicos e religiosos — com salários e aposentadoria integral 10/05/2025
  • Enquanto a Marinha, o Exército e a Aeronáutica reverenciavam os heróis brasileiros da FEB com cerimônias militares, Lula ‘marcha’ com Putin e Maduro em Moscou 09/05/2025
  • O território do Brasil que pode ser controlado pelos EUA — Segundo portal de notícias, tratados da Segunda Guerra justificariam o ato 09/05/2025
  • Tecnologia da Força Aérea promete tornar Gripen brasileiro um dos caças mais avançados do mundo: uma lenda indetectável, capaz de confundir os radares dos inimigos com alvos fantasmas 09/05/2025
  • Enem 2025 já tem data marcada! Veja quando se inscrever e o que esperar das provas 09/05/2025
  • Bruxas da Noite: a saga das pilotos soviéticas que aterrorizavam nazistas em biplanos de lona 09/05/2025
  • A incrível Guerra aos Emus: quando a Austrália lutou contra aves… e perdeu! 09/05/2025
  • Silenciosa, mas perigosa: Rússia e Coreia do Norte iniciam construção de ponte que liga os dois países e assusta potências globais 09/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.