Mais de 500 documentos versando sobre o Regime Militar no Brasil foram liberados pelo governo dos EUA e aos poucos as informações são divulgadas pelos órgãos competentes.
Revista Sociedade Militar
Segundo a Resenha do Exército, documento interno que republica assuntos de interesse da corporação, publicado nessa sexta-feira (10/07/2015): “em 1969, a CIA avaliava que AI-5 aumentaria violência de grupos extremistas no Brasil. Outro documento diz que EUA já sabiam em 1971 da morte de Rubens Paiva.
“A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, avaliou em fevereiro de 1969 que o Ato Institucional nº 5 (AI- 5), editado em 13 de dezembro de 1968 pela ditadura militar, representou um movimento do Brasil rumo a um “governo abertamente autoritário” e com potencial para aumentar ainda mais a violência cometida por grupos extremistas, tanto da esquerda como da direita..”
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SeguirO texto diz também que a agência norte americana previu que um endurecimento por parte do governo causaria efeito similar no “inimigo”.
“A proscrição em dezembro (AI-5) de canais democráticos de oposição ao governo certamente levará mais brasileiros em direção ao extremismo. Violência atribuída a grupos esquerdistas provoca reação violenta por direitistas, e vice-versa. Uma continuação de atos terroristas vai provocar constrangimento à administração e vai fortalecer a posição de quem é linha-dura no governo e acredita que o presidente Costa e Silva deveria ser mais vigoroso em empregar seus poderes de repressão”, diz a CIA.”
Ainda segundo a resenha: “Em março de 1971, outro documento dizia que o governo de Emílio Médici, que assumiu em 1969, teve “sucesso considerável” no combate ao terrorismo urbano, embora incidentes continuassem ocorrendo. Outros documentos mostram que autoridades dos EUA já sabiam da morte do ex-deputado Rubens Paiva e do militante de esquerda Virgílio Gomes da Silva após serem presos pelo regime.“
“Tinham informações sobre o que ocorreu com outro militante de esquerda, Stuart Angel Jones, embora sem saber se ele ainda estava vivo. Documento de 11 de fevereiro de 1971 avalia a morte de Paiva como um exemplo de irresponsabilidade e incompetência da repressão política brasileira e teme as consequências que isso pode ter no governo dos EUA. O documento, assinado por um diplomata, defende o julgamento de pelo menos alguns dos responsáveis. “Se o governo do Brasil não fizer isso logo, é certo que os pecados do governo do Brasil vão ser transferidos para nós, causando assim mais um problema no Congresso.“
Revista Sociedade Militar // Extratos de Resenha do Exército Brasileiro (Em https://www.eb.mil.br/), de 10/07/2015.