Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Brasil surpreende o mundo e apresenta o drone de ataque mais avançado da América do Sul: 100% brasileiro e pronto para operar com a Força Aérea e o Exército

Força Aérea e Exército do Brasil de olho no Atobá, o drone 100% brasileiro, armado com foguetes e sensores franceses chega para mudar o cenário da defesa brasileira

por Flavia Marinho Publicado em 08/06/2025
Brasil surpreende o mundo e apresenta o drone de ataque mais avançado da América do Sul: 100% brasileiro e pronto para operar com a Força Aérea e o Exército

O Brasil coloca seu drone de ataque no radar global: o Atobá agora dispara foguetes guiados! Imagine um cenário em que o Brasil não depende mais de importações para equipar suas Forças Armadas com drones de combate de última geração. Pois é exatamente isso que está começando a se concretizar. Durante a DroneShow Robotics 2025, maior feira de tecnologia de drones da América Latina, um marco histórico foi apresentado: o drone brasileiro Atobá, agora armado com foguetes e pronto para enfrentar os principais desafios da defesa moderna.

Desenvolvido pela Stella Tecnologia, com sede em Duque de Caxias (RJ), o Atobá é o maior drone já construído no Brasil. São impressionantes 11 metros de envergadura, 28 horas de autonomia de voo e capacidade para carregar até 150 kg de equipamentos. Projetado originalmente para missões de vigilância e reconhecimento de média altitude, o Atobá acaba de dar um salto tático: agora também cumpre missões de ataque.

“Não se trata apenas de uma atualização técnica. É uma evolução tática”, ressaltaram os representantes da Stella durante o evento. Com a nova configuração, o Atobá assume missões de apoio aéreo aproximado, escolta de tropas terrestres e operações de inteligência com capacidade letal, colocando o Brasil entre os poucos países com sistemas de drones armados de médio porte.

Parceria estratégica fortalece a indústria nacional

Essa conquista é resultado de uma aliança estratégica entre a Stella Tecnologia e a Omnisys, subsidiária brasileira do grupo francês Thales, um dos gigantes globais da tecnologia de defesa. A Omnisys, com sede em São Bernardo do Campo (SP), já produz no Brasil radares sofisticados utilizados no sistema de defesa aérea da Força Aérea Brasileira (FAB).

Agora, a parceria visa garantir que todos os componentes críticos do drone, sensores, sistemas de comunicação e foguetes, sejam fabricados localmente. A Stella se responsabiliza pela plataforma aérea, enquanto a Omnisys produz os sistemas de sensores e os foguetes guiados. Isso significa que, em um eventual cenário de guerra, o Brasil terá capacidade de manutenção e produção independente.

Segundo os executivos da Thales, citados em reportagem da DefesaNet, “essa capacidade de integração e produção local é um passo essencial para que o país deixe de ser consumidor e passe a ser desenvolvedor de tecnologias de defesa”.

Atobá já mira as Forças Armadas

O momento não poderia ser mais oportuno. Em março de 2025, o Estado-Maior do Exército abriu a consulta 01/2025 para sondar o mercado em busca de drones de ataque (SARP Catg 3). A concorrência exige drones com até 700 kg de peso máximo de decolagem, alcance de 300 km, altitude operacional de 18 mil pés e armamento composto por foguetes ou mísseis. O Atobá, com seu MTOW de 700 kg, autonomia de 24 horas e capacidade de carga compatível, preenche todos os requisitos.

Outro critério-chave da licitação é que os sistemas não podem conter tecnologias sujeitas ao controle ITAR (International Traffic in Arms Regulations), restrição imposta pelos Estados Unidos. Segundo análise recente do canal Top Militar LHB e informações levantadas pelo site Defesa Aérea & Naval, o Atobá não utiliza componentes sujeitos a ITAR, o que o torna um candidato altamente estratégico e competitivo.

Tecnologia de ponta a serviço da defesa nacional! A nova versão do Atobá apresentada na DroneShow Robotics 2025 não decepcionou. O drone foi exibido com:

  • Radar Thales I-Master de última geração
  • Sensor eletro-óptico MILVUS 25S, com câmera colorida HD e infravermelha de alta resolução
  • Foguetes Thales FZ275 LGR de 70 mm, guiados por laser
  • Sistema Datalink com alcance de até 300 km, com opção de link satelital simultâneo
  • Esses recursos transformam o Atobá em um centro móvel de inteligência e combate aéreo, com capacidade de operação contínua e versátil.

Uma nova era para a aviação militar brasileira

Além do potencial militar, o Atobá desperta interesse também em segurança pública, monitoramento ambiental e no agronegócio. Sua presença no maior evento de drones da América Latina sinaliza um amadurecimento importante da indústria de tecnologia nacional.

“Este não é apenas um drone. É uma declaração de que o Brasil está pronto para competir globalmente no mercado de drones armados”, afirmaram os executivos da Stella durante o evento, conforme reportagem da LAAD Defence & Security.

O memorando de entendimento assinado entre Stella e Thales na última edição da LAAD 2025, no Rio de Janeiro, reforça que o país caminha para uma posição de protagonismo no cenário internacional. Empresas brasileiras já desenvolvem tecnologias de radar, sensores ópticos e armamentos inteligentes, gerando empregos qualificados e ampliando o domínio nacional sobre sistemas críticos de defesa.

O que falta para o Atobá decolar oficialmente?

O único ponto que ainda gera alguma dúvida é se, de fato, todos os componentes do Atobá estão isentos de tecnologias norte-americanas que poderiam ser embargadas em caso de crise. Mas até o momento, os indícios apontam que o drone atende a esse requisito estratégico, o que o coloca em posição de vantagem frente a opções estrangeiras.

Vale lembrar que as alternativas disponíveis no mercado como os drones de Israel e da China, embora livres de ITAR, implicariam na dependência de importações. Já o Atobá, com produção local e parceria tecnológica com a França, representa um salto em soberania e segurança para as Forças Armadas brasileiras.

O futuro da aviação de defesa está sendo desenhado no Brasil! O desenvolvimento do Atobá armado mostra que o país não quer mais ser apenas consumidor passivo de tecnologia militar. A meta é dominar a produção de sistemas críticos e garantir autonomia em áreas estratégicas como defesa, força aérea e exército. Com a possibilidade concreta de vencer a concorrência aberta pelo Exército, o drone brasileiro Atobá poderá marcar o início de uma nova era para a aviação militar nacional.

Agora, queremos ouvir você: o Exército Brasileiro deveria apostar no drone Atobá, uma solução nacional com forte conteúdo tecnológico local, ou adquirir modelos estrangeiros já consolidados? Deixe seu comentário e compartilhe este artigo com quem também acompanha os avanços da defesa nacional.

 

Flavia Marinho

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com flaviacamil@gmail.com para sugestão de pauta ou proposta de publicidade no portal. Não enviar currículo!