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General, general… general! Nome das Forças Armadas no centro do problema da escalada do preço dos combustíveis no Brasil

por Sociedade Militar Publicado em 15/09/2021
General, general… general! Nome das Forças Armadas no centro do problema da escalada do preço dos combustíveis no Brasil

O presidente da Petrobrás, General de Exército Joaquim Silva e Luna, foi duramente confrontado nessa terça-feira na Câmara dos Deputados. Aliados e opositores do governo cobram explicações , como a maior parte dos brasileiros, eles não conseguem entender como uma empresa que tem como acionista majoritário o cidadão brasileiro concorre para aumentar a pobreza e insegurança alimentar no país.

Desde sempre que a Revista Sociedade Militar, por meio de textos de diversos de seus articulistas, entre eles vários militares, oficiais e graduados, tem advertido que a presença de militares das Forças Armadas na política é inadmissível.

Aquele militar que se envolve com política partidária, cargos comissionados, assessorias e atividades de cunho civil tem por obrigação legal deixar de usar as designações hierárquicas, tem que deixar seus galões e divisas em casa, justamente porque ajudam a arrastar o nome das Forças Armadas para dentro do turbilhão político, o que nunca foi bom.

O Estatuto dos Militares diz que o militar tem que… XVIII – abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:         a) em atividades político-partidárias; e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública… 

Veja o texto: Implodindo a disciplina, generais que infringem as regras jogam Forças Armadas no “olho do furacão” – Veja itens do Estatuto e regulamentos mais “colocados de lado” ultimamente.

Se um general levar a Petrobrás à falência, ou concorre para o descontrole de preços que leve à hiperinflação, para o resto da história desse país ficará subentendido que o Exército levou a Petrobrás à falência e assim ocorre em relação ao governo, de este fracassar será muito difícil desvincular as Forças Armadas da coisa. .

Nessa quarta-feira o general de Exército Silva e Luna foi ouvido na Câmara dos Deputados, abro um parênteses pra dizer que ele não estava lá “por causa de artigo da sociedade militar”, como muitos me disseram. Não é verdade, ele foi criticado por vários outros veículos de imprensa e – mais do que isso – tem sido criticado pela sociedade brasileira como um todo.

Ele estava lá porque a política de preços da Estatal, cujo acionista majoritário é o cidadão brasileiro, está acelerando a diminuição da renda no país, sobretudo dos mais pobres.

O pobre está comendo menos. Esse é o resumo do que acontece. Um parlamentar chegou a mencionar que ganhando um salário de mais de 200 mil reais seria difícil para o oficial perceber o que de fato se passa nesse momento na mente de um cidadão que luta para colocar o alimento na mesa da família.

O gestor do país, com responsabilidade sobre centenas de instituições, o Presidente da República, recebe algo em torno de 37 mil mensais, por que motivo o diretor de uma estatal deve receber 5 vezes mais? Fica a pergunta, feita por um leitor da RSM. 

 

“Quem tinha a ilusão de que generais além de comandar soldados em uma guerra seriam dotados de uma espécie de multi-habilidade, que os capacitaria a gerir qualquer tipo de organização na administração pública, que iria da saúde do brasileiro à geração e distribuição de petróleo, está aos poucos voltando à realidade… No que diz respeito á remuneração vergonhosa paga aos diretores, sendo uma empresa estatal, em tese de propriedade do povo brasileiro, gerida por um governo que prometeu combater privilégios e a chamada velha política, e de se estranhar não se perceba pelo menos um início de discussão por parte do governo no sentido de reduzir essa fortuna que ultrapassa os 200 mil mensais que é paga aos diretores.

e

…  e se é realmente ético se pagar um salário tão alto a um funcionário de uma empresa que pertence à sociedade. O salário mensal do oficial atualmente equivale ao que é pago pela mão de obra de mais de 230 trabalhadores juntos.

Nessa quarta-feira o general foi duramente criticado na Câmara dos Deputados, muitos interpretam suas respostas como evasivas e outros, como a Federação dos Petroleiros, disseram que o oficial mentiu.

“ Silva e Luna mente para deputados e se acovarda às ordens de Bolsonaro para manter preços abusivos na Petrobrás”,  título de texto publicado pela federação de trabalhadores.

Diz o site

“ Salário de R$ 220 mil e a gasolina e gás nas alturas. O general Silva e Luna foi também questionado na audiência sobre o salário de mais de R$ 220 mil que recebe e que foi objeto de crítica da Revista Sociedade Militar, em artigo publicado na última sexta-feira (10) com chamada “Meritocracia! – General (com salário de 200 mil/mês) não é capaz de conduzir PETROBRÁS a impedir altas nos preços do gás de cozinha e gasolina, popularidade do governo despenca” … ”Os brasileiros voltaram a passar fome ou viver na insegurança alimentar e é impossível não associar tudo isso ao PPI, assumido pela Petrobrás”… ~

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