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Coronel acusa General Dutra de distorcer os fatos ocorridos no 8 de janeiro: “Desconheço as razões que levaram o General a desvirtuar os fatos ocorridos”

por Sérvulo Pimentel
19/05/2023
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General Dutra durante seu depoimento na CPI – Foto: Rinaldo Morelli / Agência CLDF

O Coronel Gerson Gomes, analista político do Instituto Civitas, postou um tweet nesta sexta (19) em que acusa o General Dutra de distorcer os fatos ocorridos nos dias 8 e 9 de janeiro. Segundo o Coronel Gomes, o General Dutra teria lançado o Exército Brasileiro na ignomínia do “Dia da Perfídia”, referindo-se ao dia 9 de janeiro.

O Coronel Gomes apresenta sua versão dos eventos, afirmando que o interventor Ricardo Cappelli, braço direito de Flávio Dino, foi impedido pelo Comandante do Exército, General Arruda, de ingressar em um acampamento na Praça dos Cristais, próximo ao Quartel-General do Exército, para efetuar prisões durante a noite.

Segundo o Coronel Gomes, houve uma negociação tensa entre o Exército e a polícia, com um grande efetivo militar, inclusive com blindados, sendo empregado para evitar a invasão da área pela polícia. O Exército teria conhecimento prévio do perfil dos acampados e sua autorização para permanecer no local, concedida pelo ex-Comandante do Exército, General Freire Gomes, e mantida pelo General Arruda, teria sido o motivo de sua posterior exoneração.

Gerson Gomes afirmou que a ordem judicial para desmontar o acampamento foi cumprida no dia 9 de janeiro, através de um acordo que previa a condução dos manifestantes para um local seguro, mencionando a Granja do Torto, onde seriam ouvidos e identificados, e os participantes de atos de vandalismo do dia 8 seriam presos.

O Coronel conclui dizendo que o General Dutra, que elogiou a “inteligência emocional” de Lula em outra parte de sua fala, terá que explicar na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) o uso da primeira pessoa do plural nessas prisões do dia 9, bem como a invasão do Palácio do Planalto no dia 8.

A versão de Dutra

A versão do Coronel Gerson Gomes contraria a versão contada pelo General Dutra em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em que nega as alegações de que o Exército teria impedido o desmonte do acampamento localizado em frente ao Quartel-General.

“A área é de servidão militar, que está próxima dos quartéis. Tem jurisdição do GDF e responsabilidade administrativa do Exército. Quando as atividades ali desempenhadas atrapalham o dia a dia do quartel, o exército tem autorização para intervir. Quando não acontece isso, não é atribuição do exército”, afirmou Dutra.

“Estão jogando a responsabilidade toda em cima do Comando Militar do Planalto, dizendo que não tiraram o acampamento porque o comando não deixou”, disse o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT) quando exibiu vídeos de reportagens, registrando que o Quartel General do Exército (QG) estava cercado e com presença de militares e equipamentos da força. “Nenhuma instituição que tinha a responsabilidade de dizer que aquele acampamento era ilegal, o fez. No dia 15 de novembro chegamos a ter cem mil pessoas no SMU. Após essa data, aproveitamos a desmotivação e estávamos desmontando o acampamento.

Se não houvesse aquele lamentável 8 de janeiro, na semana do dia 9 o acampamento acabaria naturalmente, sem nenhuma pessoa machucada. É importante frisar que, em outras cidades do Brasil, em que houve ordem judicial para desmontar o acampamento, ele foi desmontado. Nenhuma instituição deu ordem judicial para desmontar”, disse o general.

Contudo, o trecho que mais tem gerado polêmica é aquele em que o general fala sobre a permissão para a prisão de pessoas no acampamento depois dos atos do dia 8 de janeiro, quando diz que não houve obstrução.

O que aconteceu depois daqueles atos de vandalismo lamentáveis e inexplicáveis, foi que os manifestantes que estavam na praça até o dia 6, não eram os que estavam lá no dia 7 porque nesta data chegaram a Brasília 120 ou 130 ônibus e, deles, cerca de 70 desembarcaram pessoas no SMU. Quando soubemos da chegada, determinamos o fechamento do SMU. No dia 8, as pessoas fizeram os atos de vandalismo e começaram a voltar para a Praça dos Cristais.

Já durante a noite, em reunião que fiz com o interventor Ricardo Cappelli, eu disse que essa operação era muito complexa e com risco de mortes. Ele me perguntou se eu estava dizendo que eles estavam armados. Eu disse que não. Eu afirmava que a Praça dos Cristais não tem iluminação para operação noturna, que tem várias pedras portuguesas, que tem degrau, tem um lago no meio, no acampamento ainda tinha faca de churrasco e espeto. Tinha mulher e idoso. ‘Se nós entrarmos sem planejar, tem gente que pode morrer até afogado no lago’.

Ele disse que ligaria para o ministro Flávio Dino e o que ele decidisse seria feito. Então, eu liguei para o general Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Disse a ele que teríamos uma operação sem planejamento e que seria com alto grau de risco. Pedi que ele ligasse para o presidente Lula e o alertasse. Ele me disse que estava com o presidente Lula. Pedi que ele explicasse que a operação não poderia ser feita sem planejamento.

Ele desligou e ligou de volta em menos de dois minutos e me disse: o presidente está muito irritado e disse que vai entrar. Eu disse: general, vai dar problema. Então ele passou o telefone para o presidente Lula que me disse: ‘general, são criminosos, têm que ser todos presos’. Eu disse, ‘presidente, ninguém tem dúvida disso, estamos todos indignados, serão presos’.

Ele repetiu: ‘general, são criminosos, têm que ser todos presos’. Eu disse, ‘serão presos só que até agora nós estamos lamentando dano ao patrimônio. Se nós entrarmos agora, sem planejamento, podemos terminar essa noite com sangue’. O presidente Lula na mesma hora falou: ‘seria uma tragédia’. E completou: general, isola a praça e prende todo mundo amanhã”, relatou Dutra.

Contrapondo as duas versões

As duas versões apresentadas, a do Coronel Gerson Gomes e a do General Dutra sobre os eventos relacionados ao desmonte do acampamento em frente ao Quartel-General, têm contradições significativas.

De acordo com o Coronel Gomes, o General Dutra teria impedido o interventor Ricardo Cappelli de realizar prisões no acampamento durante a noite. Segundo essa versão, o Exército teria conhecimento prévio do perfil dos acampados, que estavam amparados por autorizações anteriores de outros generais. O Coronel Gomes também menciona uma ordem judicial de desmontagem do acampamento que foi cumprida no dia 9 de janeiro, com um acordo para conduzir os manifestantes para um local seguro.

O General Dutra, por outro lado, nega as alegações de que o Exército teria impedido o desmonte do acampamento. Ele afirma que a área é de servidão militar, com jurisdição do GDF (Governo do Distrito Federal) e responsabilidade administrativa do Exército. Dutra alega que, quando as atividades no acampamento atrapalham o dia a dia do quartel, o Exército tem autorização para intervir, mas se não há interferência, não é atribuição do Exército.

Além disso, Dutra menciona a chegada de ônibus com manifestantes e atos de vandalismo no dia 8 de janeiro, seguidos pelo retorno de algumas pessoas para a Praça dos Cristais. Ele relata uma reunião com o interventor Ricardo Cappelli, onde discutiram a complexidade da operação de desmonte do acampamento, com riscos de morte.

Segundo o General Dutra, houve comunicação com o ministro Flávio Dino e o presidente Lula, e o presidente teria dito que todos os “criminosos” deveriam ser presos. No entanto, o General expressou preocupação com a falta de planejamento e os riscos envolvidos, e afirmou que o presidente pediu para isolar a praça e prender todos no dia seguinte.

Portanto, as contradições entre as versões de Gerson Gomes e Dutra envolvem a suposta interferência do Exército no desmonte do acampamento, a autorização e conhecimento prévio dos acampados, a ordem judicial de desmontagem, e as decisões sobre as prisões dos manifestantes.

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