Texto postado na Revista Sociedade Militar em 8 de julho versa sobre a existência de um condomínio privilegiado para cerca de uma dezena de oficiais generais no coração do DF. O próprio Exército Brasileiro qualifica a localidade, denominada de Quadra Residencial de Generais (QRG, como privilegiada e dotada de mimos como animais silvestres e um clube particular.
As residências, de cerca de 2 mil metros quadrados de área construída, algumas com piscina particular, são ainda guardadas por um efetivo militar altamente treinado e custam aproximadamente 670 reais mensais para cada oficial que recebe um salário na faixa de 30.000 reais. A nível de comparação, os deputados federais que recebem salários na ordem de 37.000 BRL tem que descontar um valor de 4.250 reais pelo uso de imóveis funcionais.
O texto, copiado e republicado como por sites como GGN, acabou gerando uma quantidade enorme de comentários. Alguns leitores mencionaram que o Brasil não vive um estado de guerra e que não é necessário que oficiais generais sejam brindados com mansões de luxo e protegidos por enormes contingentes militares, já outros leitores alegam que os generais têm uma vida inteira dedicada à nação e que por isso merecem um tratamento diferenciado.
Submetemos uma amostra de 50 % dos comentários recebidos a uma inteligência artificial e solicitamos uma análise desapaixonada dos mesmos no que diz respeito às impressões e opiniões.
Veja o resultado abaixo
Após a análise dos comentários feitos na Revista Sociedade Militar, pode-se dizer que as impressões são bastante variadas, embora haja uma predominância de comentários negativos sobre a situação. Aqui está a listagem de impressões:
- Impressões Positivas: 6%
- Impressões Negativas: 82%
- Impressões de Outro Tipo: 12%
A maioria dos comentários expressa insatisfação e frustração com a situação dos generais vivendo em mansões subsidiadas pelo Exército em um condomínio extremamente bem localizado, com um zoológico e um clube privado, além de segurança armada feita pelos militares brasileiros.
Eles criticam a desigualdade percebida no tratamento entre os militares de alta patente e outros funcionários públicos ou soldados de patente inferior.
Por exemplo, R. Pinheiro diz: “A COMBINAÇÃO PERFEITA: MILITARES CORRUPTOS EM UM SISTEMA CORRUPTO, COM UM LADRÃO E TODA A SUA GANGUE NA PRESIDÊNCIA DO BRASIL, E O POVO QUE SE LASQUE PARA SUSTENTAR TODOS ESSES VAGABUNDOS”. Já D. Siqueira aponta que: “Enquanto cabos e soldados têm quase 50% de desconto, essas pessoas só agregam ao salário para fazer pose”. Z. Vieira acrescenta que “Têm os mesmos gastos, mas benefícios e privilégios muito diferentes”.
Por outro lado, uma minoria dos comentários apresenta uma visão positiva ou neutra sobre a questão. L. De Carvalho Rodrigues, por exemplo, argumenta que os militares merecem essas residências devido à dedicação exclusiva à profissão e compara essas residências com as dos ministros do STF e dos legisladores federais.
Os generais, embora recebam um salário comparável ao dos deputados, pagam uma fração do aluguel que os deputados pagam por imóveis considerados inferiores, já que não possuem segurança fornecida pelas Forças Armadas, nem zoológico ou clube privado (R$ 673 em comparação com R$ 4.273). Essa discrepância sugere uma distribuição desigual dos benefícios do governo, o que pode parecer injusto para muitas pessoas.
A questão aqui não é necessariamente se os generais merecem residir em imóveis de qualidade. O problema é mais uma questão de igualdade e percepção pública.
Os generais estão recebendo benefícios significativamente maiores em termos de habitação, em comparação com outros servidores públicos que recebem salários semelhantes.
Resta ainda analisar se, na situação atual do país, que não está envolvido em qualquer tipo de conflito armado, é necessário manter contingentes militares designados para proteger uma área considerável onde residem aproximadamente uma dezena de oficiais generais.
Fica a pergunta: não seria suficiente que esses oficiais residissem em um edifício com segurança? Essa disparidade de tratamento pode criar a percepção de privilégio e falta de igualdade, alimentando o ressentimento e a insatisfação na sociedade.
Em geral, a impressão predominante percebida nos comentários feitos no artigo publicado na Revista Sociedade Militar é de descontentamento com a disparidade de tratamento, regalias e privilégios dentro das Forças Armadas e a percepção de que os generais estão desfrutando de benefícios injustificados às custas do povo brasileiro.
Revista Sociedade Militar