Em postagem feita hoje no (ex-)Twitter, a Senadora Gleisi Hoffman se manifestou a respeito do material encontrado no aparelho celular de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro.
Anderson Torres foi preso após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e está solto desde maio, porém é obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica. Ele é investigado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda não foi formalmente denunciado.
Como foi divulgado com exclusividade pelo Metrópoles, o celular de Anderson Torres armazenava uma série de conteúdos considerados golpistas pelos investigadores. No aparelho do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, foi encontrada uma imagem, de dezembro do ano passado, que sugere o enforcamento de Lula e de aliados do petista na posse presidencial.
No telefone de Torres, também foi detectado material convocando para “concentração nos quartéis”, com objetivo de “exigir intervenção federal”, a mesma expressão usada por familiares de Mauro Cid em diálogo interceptado.
https://twitter.com/gleisi/status/1703769104014819467
“Quero ver agora qual a alegação dos golpistas depois do que encontraram no celular de Anderson Torres. Ali tinha de tudo um pouco, material convocando para concentração nos quartéis pra exigir intervenção federal e até imagem sugerindo o enforcamento de Lula. Que não só os terroristas do 8 de janeiro sejam punidos, militares, políticos e o mandante também”, escreveu Gleisi Hoffmann em suas redes sociais.
CLUBE MILITAR AINDA NÃO SE MANIFESTOU
Uma das publicações encontradas no celular de Torres é uma das muitas notas emitidas pelo Clube Militar, que manifestava incondicional apoio ao então Presidente da República (Jair Bolsonaro) em seu esforço para sustentar a democracia e a liberdade de expressão no país.
A Nota intitulada “Aonde quer chegar o STF?” e assinada por três oficiais generais, um de cada Força Armada, acusa o Supremo Tribunal Federal de partidarismo político e de interferir nas competências constitucionais dos outros Poderes da República.
“Contrariamente ao que se espera de uma corte constitucional, o STF vem há tempos propagando notórias e repetidas demonstrações de partidarismo político em suas interpretações da Constituição Federal e, até mesmo de modo surpreendente, manifestando publicamente preferências partidárias, como agiu um de seus Ministros em evento no exterior, ao considerar como inimigo o Chefe do Poder Executivo.”
Nenhum dos integrantes dos Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica até o momento se manifestou sobre a declaração da Presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
MILITAR INSATISFEITO
Talvez a Senadora não tenha ciência, mas há, sim, militares envolvidos no 8 de janeiro ,e sendo julgados.
Como noticiado pela Revista Sociedade Militar, o suboficial condecorado da Marinha, Marco A. B. Caldas, será julgado por sua participação nos eventos do dia 8 de janeiro. Caso seja condenado pelo STF, ele poderá ser expulso das Forças Armadas.
O Ministério Público tenta a condenação do militar adotando a mesma tese utilizada para os réus que já foram condenados nos primeiros julgamentos. Aplica a tese dos crimes multitudinários e diz que a ação de um acaba motivando a ação dos outros, tentando assim responsabilizar todos.
Se o militar for condenado a uma pena igual ou superior a dois anos de prisão ele será demitido das Forças Armadas e mesmo estando na reserva deixará de ser militar, sendo que seu salário, caso possua beneficiários, pássará a ser recebido por eles.