Em evento que reuniu a cúpula militar e líderes empresariais na última segunda-feira (5), promovido pelo Grupo LIDE, o General de Exército Richard Fernandez Nunes, Chefe do Estado-Maior do Exército, soou o alarme: sem a aprovação da PEC da Previsibilidade, projetos estratégicos da Força Terrestre correm sério risco. A falta de recursos contínuos, segundo o general, impede o avanço de iniciativas cruciais como a do míssil tático de Cruzeiro”, tecnologia que poucos países dominam e que o Brasil é capaz de desenvolver.
“Poucos países do mundo são capazes”
“Estávamos aqui agora há pouco conversando sobre o míssil tático de Cruzeiro. Poucos países do mundo são capazes de desenvolver uma tecnologia dessa. Nós somos capazes, mas, por falta de recursos regulares que sejam aportados a nós a cada ciclo orçamentário, vamos alargando prazos e dificultando encomendas. Isso cria toda sorte de desconfiança naquele processo — se vai chegar ou não ao bom resultado”, afirmou o General Richard, segundo informações divulgadas pelo site do Exército.
Exército e sociedade: uma história compartilhada
Para tornar seu discurso mais convincente, o General Richard buscou estabelecer uma conexão entre o Exército e a sociedade brasileira, fazendo referência ao “mito fundador” de Jaboatão dos Guararapes: “A história do Exército se confunde com a própria história do país. A nação brasileira tem o seu mito formador lá em Pernambuco, a terra aqui do nosso ministro, em Jaboatão dos Guararapes. Isso mostra que sempre estivemos juntos com a sociedade brasileira em todos os momentos de dificuldade e também nos momentos de avanço”, destacou.

Padrão internacional de investimento
A necessidade de aprovação da PEC da Previsibilidade também foi reforçada pelo Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro. De acordo com reportagem da Gazeta do Povo, Mucio enfatizou que “o investimento de 2% do PIB em defesa tem sido um valor padrão adotado por diversos países ao redor do mundo, inclusive vizinhos sul-americanos”.
Cenário mundial preocupante
“Nós vivemos num mundo terrivelmente preocupante. O mundo inteiro está se armando. Países que, por muito tempo, acreditavam que não deveriam investir em armamentos por preceitos constitucionais, mudaram de posição”, declarou Mucio, conforme relatado pela Gazeta do Povo.
Brasil em desvantagem regional
No ano passado, o Brasil ocupava apenas a sétima posição na América do Sul no ranking de países que mais investem na Defesa – levando em consideração o PIB. Atualmente, o país investe cerca de 1,1% do PIB em defesa, aproximadamente R$ 121 bilhões em 2023, enquanto a proposta da PEC da Previsibilidade visa alcançar progressivamente o patamar de 2%.
Defesa como investimento estratégico
“No nosso entendimento, em um momento como este — em que o mundo está em guerra —, é o ideal para que reflitamos efetivamente sobre o que é investir em defesa. No nosso entendimento, o investimento em defesa retorna de maneira muito consistente para o país”, ressaltou o General Richard durante o evento.
Previsibilidade para o planejamento
O chefe do Estado-Maior do Exército concluiu sua fala destacando que “para nós, esse trabalho é essencial, e temos a certeza de que, se avançarmos com essa PEC, não estaremos a cada ano aqui tendo que tratar de medidas emergenciais para poder ter a defesa que precisamos.”
Veja abaixo o discurso do General Richard.