Dizem algumas vozes que o golpe de 1964 teria sido um “movimento” (usando as palavras do ministro do STF, Dias Toffoli) “profilático”, não propriamente uma intervenção cirúrgica mais séria.
Opinião majoritária entre os militares, principalmente o alto oficialato, a “revolução” fora um “mal menor” cujo objetivo era evitar um “mal maior”, a saber, o comunismo.
Essa capciosa inversão de valores facilmente tornou-se mantra nos quartéis, e, como um vírus, passou a habitar a mente subliminar dos oficiais.
De semente enterrada que era – mas não morta – em 2018 rebrotou e ajudou a eleger um capitão que hoje é um ex-presidente inelegível por oito anos.
A CRUZ, A FOICE E O MARTELO
De autoria do deputado Cabo Gilberto Silva, o PROJETO DE LEI Nº3.459, de 2023, pretende criminalizar a apologia ao comunismo. O PL 3.459/23 quer alterar um artigo da Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989, para o seguinte
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, a foice e o martelo ou quaisquer outros meios para fins de divulgação favorável ao nazismo ou ao comunismo.” (NR)
Segundo o parlamentar, os regimes comunistas mataram mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo e, mesmo assim, agremiações de diversas matizes defendem esse nefasto regime, mascarando as reais faces do terror em ideais de igualdade entre as classes sociais.

O deputado cita alguns países que proíbem em seu ordenamento legal a ideologia comunista e mesmo o uso de símbolos que fazem referência a esse perverso regime, como Polônia, Ucrânia, Lituânia, Geórgia e Moldávia.
Gilberto Silva diz que sua proposta pretende “dar um basta na manipulação mentirosa perpetrada há anos por políticos profissionais que iludem pessoas bem intencionadas e distorcem fatos históricos, ocultando o que verdadeiramente está por trás das falácias comunistas, sobre as quais regimes se apoiaram, levando à morte milhões de inocentes.”