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Concurso PC SP: candidata presa tentando fraudar provas recebe liberdade provisória; caso continua sendo investigado

por Anna Munhoz Publicado em 29/11/2023
Concurso PC SP: candidata presa tentando fraudar provas recebe liberdade provisória; caso continua sendo investigado

A candidata Nadine Novello Conde Carlos presa em flagrante após tentar fraudar as provas do concurso da polícia civil do estado de São Paulo recebeu liberdade provisória.

Nadine foi solta após audiência de custódia, no entanto continua sendo investigada pela polícia, além de ter sido indiciada por fraude e associação criminosa.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Nadine deverá cumprir com as seguintes medidas cautelares:

  • comparecer todo mês em juízo para informar e justificar suas atividades;
  • manter o endereço atualizado junto à Vara competente, informando imediatamente eventual alteração;
  • Não sair da Comarca de residência por mais de oito dias sem aviso prévio ao juízo;
  • Não participar de outros certames enquanto perdurar o processo, sob pena de revogação do benefício e imediato recolhimento à prisão (CPP, arts. 310, 312 e 319); e
  • pagar de fiança no valor de cinco salários mínimos (CPP, art.325, II, e § 1º, II).

A mulher foi presa neste domingo (26) após fiscais da Vunesp presenciarem diversas atitudes suspeitas durante a prova. Um dos fiscais relatou que a candidata olhava para todas as direções constantemente, além de não parar de mexer no casaco.

Filha de um investigador do DEIC, Nadine foi presa pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 3ª Delegacia Seccional Oeste.

A candidata ao cargo de investigador foi abordada pelos fiscais de sala, mas se recusou a tirar o casaco. Em seguida pediu para ir ao banheiro quando foi abordada pela equipe de coordenação do concurso que utilizou um detector de metais para identificar possíveis fraudes.

Nesse momento, o equipamento emitiu um alarme sonoro revelando que a candidata trazia consigo um ponto eletrônico, uma microcâmera e um receptor digital, respectivamente, no sutiã, no casaco e na calça.

A candidata foi conduzida então ao 91º Distrito Policial (DP), Ceasa. O caso será investigado pelo 23º DP, em Perdizes.

Questionada pela polícia, Nadine ficou em silêncio.

A Polícia Civil irá apurar agora se outras pessoas estão envolvidas na tentativa de fraude. A pena para esse tipo de crime varia de um a quatro anos de prisão.

Em nota a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os envolvidos no esquema serão responsabilizados criminalmente.

“A Polícia Civil investiga um caso de fraude e organização criminosa, após uma mulher ser pega com uma escuta, em uma prova para um concurso. A autoridade policial realiza diligência para identificar outros envolvidos no crime. Se confirmada a participação de algum servidor da instituição no caso, as devidas medidas serão tomadas pela Corregedoria da Polícia Civil”, detalha a nota.

Gabaritos das provas já estão disponíveis

Os gabaritos da prova objetiva para os cargos de escrivão e investigador da Polícia Civil do Estado de São Paulo já estão disponíveis para consulta, diretamente pelo site da Vunesp.

Vale destacar que o caderno de questões já está disponível. O prazo para interpor recurso contra o gabarito ficará aberto aos interessados até o dia 01 de dezembro.

Ao todo, 58 mil candidatos estão na disputa por uma das 2.583 vagas disponíveis, sendo 1.250 vagas para investigador e outras 1.333 para escrivão.

Confira o número de inscritos por cargo:

  • 293 para investigador;
  • 057 para escrivão.

Os candidatos inscritos no concurso da Polícia Civil de São Paulo passarão ainda pelas seguintes etapas de seleção:

  • Prova de títulos de caráter classificatório.
  • Investigação social de caráter eliminatório e classificatório.
  • Prova discursiva de caráter eliminatório e classificatório.
  • Prova oral de caráter eliminatório e classificatório.

As provas para escrivão e investigador foram aplicadas nas cidades de São Paulo; Araçatuba; Bauru; Campinas; Presidente Prudente; Ribeirão Preto; Santos; São José do Rio Preto; São José dos Campos; Piracicaba; e Sorocaba.

Vale lembrar que para os demais cargos (médico legista, perito e delegado) as provas serão realizadas neste domingo, 03 de dezembro.

Concurso PC SP oferece 3.500 vagas

Ao todo, a Polícia Civil de São Paulo oferece 3.500 vagas para cargos de delegado, escrivão, investigador, perito e médico legista, distribuídas da seguinte forma:

  • Investigador – 1. 250 vagas;
  • Escrivão – 1.333 vagas;
  • Médico Legista – 116 vagas;
  • Perito criminal – 249 vagas;
  • Delegado – 552 vagas.

Vale citar que apenas o cargo de delegado possui vagas distribuídas para todo o estado. As demais carreiras possuem vagas regionalizadas, conforme descreve cada edital.

Qual idade máxima para entrar na PC SP?

De acordo com os editais divulgados pela banca organizadora, a Fundação Vunesp, não existe idade máxima para ingresso na PC SP, independentemente do cargo. No entanto, o candidato deve estar atento a idade da aposentadoria compulsória que, no caso da polícia civil, é de 75 anos.

Ou seja, candidatos com idade igual ou superior a 75 anos ficam impedidos pelas regras do edital a ingressar no cargo.

Já a idade mínima para ingresso na corporação é de 18 anos.

Quanto ganha um Policial Civil?

A faixa salarial de um servidor na área da segurança pública do estado de São Paulo varia de acordo com o cargo e o tempo na função. Inicialmente, o salário inicial previsto, de acordo com o edital é de:

  • Delegado – R$ 15.037,99;
  • Médico Legista – R$ 12.954,40;
  • Perito Criminal – R$ 12.954,40;
  • Investigador – R$ 5.879,68;
  • Escrivão – R$ 5.879,68;

Quais os requisitos para concorrer as vagas?

Todos os cargos oferecidos pela polícia de São Paulo exigem nível superior completo, mas a formação varia de acordo com cada carreira, veja a seguir:

Investigador – Nível superior de formação em qualquer área;

Escrivão – Nível superior de formação em qualquer área;

Médico Legista – Nível superior em Medicina registro no Conselho Regional de Medicina e Carteira Nacional de Habilitação (CNH);

Delegado – Formação específica de ensino superior de bacharelado em Direito, certificada por diploma universitário reconhecido pelo órgão ou instituição competente, na forma da legislação aplicável. É necessário comprovação de, no mínimo, 2 anos de atividade jurídica ou 2 anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial civil;

Perito – Nível superior de graduação em um dos seguintes cursos de Bacharelado: Administração de Empresas, Análise de Sistemas, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Biomedicina, Biotecnologia, Ciências da Computação, Ciências Físicas e Biomoleculares, Ciências Moleculares, Contabilidade, Direito, Economia, Enfermagem, Engenharia, Estatística, Farmácia, Farmácia e Bioquímica, Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Geografia, Geologia, Informática, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Química, Sistemas de Informação e Tecnologia da Informação.

Além da escolaridade, os candidatos também devem possuir os demais requisitos obrigatórios:

  • Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no mínimo categoria B;
  • Ter nacionalidade brasileira ou portuguesa com direitos e obrigações políticas e civis reconhecidos no País;
  • Ter, no mínimo, 18 anos e, no máximo, 75 anos completos até a data da contratação;
  • Ter cumprido as obrigações e encargos militares previstos em lei, se do sexo masculino;
  • Estar em dia com as obrigações eleitorais;
  • Não receber Proventos de Aposentadoria decorrente do Artigo 40 ou dos Artigos 42 e 142, com proibição prevista no §10 do Artigo 37, da Constituição Federal;
  • Não exercer Cargo, Emprego ou Função Pública remunerada em qualquer dos Órgãos da Administração Direta, Indireta e Fundacional do Governo Federal, Estadual ou Municipal, Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, suas subsidiárias e sociedade controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público, ou em qualquer um dos Poderes, senão naqueles casos previstos nas alíneas “a”, “b” e “c”, do inciso XVI, do artigo 37 da Constituição Federal;
  • Não ter sofrido no exercício de função pública penalidade de demissão;
  • Não estar condenado por sentença criminal transitada em julgado e não cumprida;
  • Não participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.

Clique aqui para ler o edital na íntegra com o cronograma completo, o conteúdo programático das provas e as atribuições de cada cargo.

 

Anna Munhoz

Anna Munhoz

Jornalista e redatora com foco em concursos públicos, atualidades e segurança. Olhar atento a um conteúdo claro, útil e de confiança.