
Ex-deputado federal e ex-ministro das Comunicações de Lula, Miro Teixeira, discorda da avaliação da esquerda de que o país esteve na iminência de um golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023. Para ele, a melhor definição daquele dia é “balbúrdia”. Segundo Miro, se a bagunça tivesse virado golpe, Lula e outros líderes teriam sido chutados do poder. Mas quem assumiria? Não tinha ninguém na fila.
Ao Poder 360, Teixeira disse que se houvesse intenção de dar um golpe ele teria sido feito enquanto Bolsonaro ainda estava no poder.
“Não se sabe sequer se Bolsonaro seria do paladar de uma cúpula militar”, disse.
“E aí [se fosse do paladar] teriam feito [o golpe] enquanto ele era presidente. Seria a manutenção do poder. Em janeiro, já não mais. Se houvesse golpe, não seria para entregar o poder a ele”, afirmou.
O ex-ministro também disse que o presidente Lula acertou ao não declarar uma operação GLO (Garantia de Lei e da Ordem).
“Se tivesse editado a GLO, botaria tropas na rua e poderia surgir o comandante que sugeriria medidas não democráticas”, disse.
No documentário “A democracia resiste” da Globonews, dirigido pela jornalista Julia Duailibi, Lula disse que foi Janja, sua esposa, quem o alertou contra a decisão de implementar uma GLO no 8 de janeiro.
“Não aceita a GLO porque a GLO é tudo que eles [a cúpula militar] querem, é tomar conta do governo”, disse Janja.
“Se eu dou autoridade pra eles, eu dou o governo pra eles”, disse Lula ao documentário.
Teixeira disse que foram falhas de inteligência e de segurança gravíssimas Lula não ter sido informado sobre os atos extremistas. “É grave Lula ter sido surpreendido pelos atos”, afirmou.
“Um presidente não pode ser surpreendido por algo que estava anunciado há 2 dias nas redes sociais”.