No último dia de 2023, helicópteros da Marinha dos EUA enfrentaram e afundaram três barcos armados Houthi que atacaram um navio de contêineres privado no Mar Vermelho.
Este incidente, o primeiro em que os rebeldes Houthi atacaram diretamente as forças dos EUA, resultou na morte de dez Houthis. A ação sublinha a importância global da Marinha dos EUA e a necessidade de uma força forte e eficiente.
No entanto, a Marinha dos EUA enfrenta desafios significativos em 2024. A dificuldade em construir novos navios, manter os existentes e recrutar marinheiros são problemas que exigirão tempo e dinheiro para serem resolvidos.
O Congresso autorizou a compra de cerca de 11 novos navios de guerra por ano, mas a capacidade industrial dos EUA só permite construir uma fração deles. Além disso, as especificações técnicas complicadas da Marinha, a resistência a alternativas menores e não tripuladas, e as previsões otimistas de tempo e custo dos construtores de navios têm contribuído para o problema.
Um exemplo notável é o aumento do custo dos navios de combate litorâneo da classe Freedom, de $220 milhões para $500 milhões cada, levando a Marinha a interromper sua construção. Muitos desses navios foram desativados precocemente devido a problemas de desempenho.
Além disso, a Marinha enfrenta um déficit de recrutamento, terminando o ano de 2023 com 7.000 marinheiros a menos do que sua meta de 37.700.
Medidas como aumentar a idade máxima de alistamento para 41 anos e expandir as isenções para tatuagens e testes de drogas positivos foram implementadas, mas ainda assim não foram suficientes para atingir a meta. A Almirante Lisa Franchetti, então chefe de operações navais, destacou em setembro a intensa competição por talentos no mercado de trabalho.
Outro desafio significativo é a manutenção dos navios. As condições precárias das quatro docas públicas da Marinha, localizadas em Pearl Harbor, Norfolk, Bremerton, Washington e Portsmouth, New Hampshire, dificultam os reparos necessários.
A modernização dessas instalações pode levar 30 anos e custar cerca de $25 bilhões, com Pearl Harbor sozinha necessitando de $16 bilhões. A falta de trabalhadores qualificados, como encanadores e soldadores, agrava o problema.
O senador Angus King (I-Maine) descreveu a situação como crítica. A incapacidade de realizar manutenções programadas em porta-aviões e submarinos até 2040 é uma preocupação para a prontidão da frota.
O presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, Jack Reed (D-R.I.), questionou a capacidade da Marinha de manter uma frota maior no futuro, dada a dificuldade atual em manter menos de 300 navios.
O editorial do Washington Post sugere que almirantes e legisladores devem focar menos na encomenda de novos navios e mais na tarefa essencial de manter a frota existente o mais letal possível.
Isso inclui alocar fundos para modernizar os estaleiros dos EUA, tomar medidas de emergência para recrutar e treinar trabalhadores qualificados e aumentar os incentivos para servir em navios de guerra. Essas ações enviariam um sinal forte para a China e o mundo sobre o que esta nação espera de sua Marinha agora e nos próximos anos.
Leia na íntegra: Opinion | A bigger US Navy would be great. A more lethal Navy would be better. – The Washington Post