Cinco anos após a assinatura do contrato, as primeiras cinco viaturas blindadas Guarani, fabricadas pela empresa IDV (Iveco Defence Vehicles) de Sete Lagoas (MG), finalmente chegaram ao porto de Manila, nas Filipinas. A jornada até o destino final foi longa e marcada por embargos, atrasos e negociações complexas.
Em 2020, o governo filipino encomendou 28 Guaranis à empresa israelense Elbit Systems, que escolheu o veículo brasileiro como o blindado ideal para o país. A previsão inicial era que as entregas começassem em 2023, mas diversos obstáculos adiaram a chegada dos Guaranis.
Em fevereiro de 2023, a Alemanha embargou a exportação dos blindados devido à presença de componentes alemães e à situação dos direitos humanos nas Filipinas.

Após meses de negociações e o levantamento do veto alemão em novembro de 2023, o Brasil finalmente pôde enviar os blindados para as Filipinas. O primeiro lote chegou ao Porto de Santos e, após quase dois meses, foi encaminhado para o país asiático.
Esta é a primeira venda dos Guaranis após o fracasso das negociações com a Argentina e a Ucrânia.
Ao acertar a venda, além do valor inicial de US$ 47 milhões, o Brasil também estabeleceu direitos a royalties sobre as vendas, totalizando cerca de US$ 6 milhões no caso do contrato filipino. Com a possibilidade de expansão do acordo para até 114 viaturas, em diferentes configurações, o valor total poderia alcançar cerca de R$ 1 bilhão.
Ainda este ano, o restante do lote inicial de 28 blindados deve ser entregue às Filipinas. O governo do país asiático também negocia a compra de mais 86 unidades, o que pode tornar o Guarani o principal blindado do Exército Filipino.
Conheça o caso
- 2020: Filipinas assinam contrato para compra de 28 Guaranis.
- 2023: Alemanha embarga a exportação dos blindados.
- Setembro 2023: Embargo é suspenso.
- Dezembro 2023: Primeiros 5 Guaranis embarcam para as Filipinas.
- Fevereiro 2024: Guaranis chegam às Filipinas.
O Guarani é um veículo blindado 6×6 desenvolvido pelo Exército Brasileiro e fabricado pela IDV. O blindado já está em operação no Brasil e no Líbano, e desperta o interesse de diversos países.
Fonte: Tecnodefesa, com informações de Estadão e Correio Braziliense