Villas Bôas, General de Exército idolatrado pela direita, respeitado pela esquerda, que foi amplamente celebrado por Jair Bolsonaro durante seu mandato e que continua a ser um influente conselheiro para diversos integrantes do Alto Comando do Exército Brasileiro (ACE), trouxe à tona em um de seus discursos algumas considerações sobre a postura que os militares devem adotar frente a políticos percebidos como corruptos, os resultados eleitorais e a nomeação de indivíduos para cargos públicos.
A fala do general foi resgatada e destacada pela Revista Sociedade Militar, de uma palestra realizada em 2016. O vídeo, postado no perfil da Revista Sociedade Militar no “X” (antigo Twitter), recebeu mais de 50 mil visualizações e uma avalanche de reações nos campos de respostas e nas redes sociais. Muitas das postagens em resposta foram marcadas por comentários acalorados e de indignação, refletindo as opiniões divididas sobre a intervenção militar em questões políticas e eleitorais.
“O exército é um órgão de estado, não nos cabe fazer julgamento sobre o passado ou as intenções de cada pessoa que está exercendo um órgão público… os eleitos são legitimados pela eleição… imagina se em relação a cada homem público que eu tenha algum questionamento nós fossemos questionar, imagine o que seria…” (General Villas Bôas)
Sobre não prestar continência para “políticos condenados”. Em evidência nos últimos meses, os militares das FA têm sido confrontados com diversos questionamentos e um deles, recorrente, se refere à suposta dificuldade que os comandantes da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e… pic.twitter.com/6ivl933Sgr
— Revista Sociedade Militar (@SocMilitar) January 11, 2024
A declaração ressuscita uma discussão crítica, com perguntas como:
– até que ponto os militares, tradicionalmente vistos como guardiões da ordem e da segurança nacional, devem envolver-se em avaliações e julgamentos sobre o processo democrático e seus desdobramentos? E,
– se estava claro que os militares iriam respeitar o resultado das urnas o que levou milhares de pessoas a acreditarem que as Forças Armadas se moveriam para impedir Lula de assumir o Palácio do Planalto?
Em meio a esse turbilhão de opiniões, o papel dos militares na política brasileira permanece um tema de intenso debate.
Alguns comentários no perfil @socmilitar
- “Militar tem que ficar dentro do quartel, simples assim. Veja o caso dos EUA, a maior Força Armada do Planeta, ninguém fica dando pitaco.”
- “Prender pessoas inocentes não os afeta, faz parte também? A Perfídia agora se tornou seu novo grito de guerra. Cabeça baixa é sua nova postura. Parabéns.”
- “Esse é um claro ponto de vista dos tecnocratas e positivistas que formam as FA. A virtude é meramente uma perda de tempo”
- “Ou seja.. o governo que estiver no poder pode roubar ou usurpar o bem público a vontade. Os militares não farão nada…”