O Exército Brasileiro dispõe de um rico patrimônio histórico e cultural, disseminado por todo o espaço territorial brasileiro.
Todo esse patrimônio, representado por inúmeros fortes, fortalezas, sítios históricos, bibliotecas, documentos, museus, monumentos, armas, equipamentos e obras de arte, constitui referência de grande importância para a história da sociedade brasileira.
A fim de permitir melhor acesso a esse acervo, o Comando do Exército apoiou a iniciativa do empresariado brasileiro de constituir uma Fundação Cultural, entidade civil, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, dispondo de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Assim surgiu a FUNCEB.
A Fundação pretende atingir um amplo campo de atuação, incluindo as atividades de natureza educacional, de preservação ambiental, comunicação e assistência social, oferecendo oportunidade para que se realizem diversos tipos de parcerias com a iniciativa privada e o terceiro setor.
Na sequência uma amostra de alguns dos belíssimos fortes e fortalezas do patrimônio cultural do Exército.
Fortaleza Santa Cruz da Barra
Em 1555, Villegagnon instalou, no local onde hoje se encontra a Fortaleza de Santa Cruz, as primeiras peças de artilharia. Mem de Sá melhorou suas instalações em 1567. Posteriormente, a pequena fortificação foi batizada com o nome de Bateria de Nossa Senhora da Guia.
No ano de 1599, a pequena bateria abriu fogo contra corsários holandeses que tentavam penetrar na Baía de Guanabara. Seu armamento, em 1612, era de vinte canhões.
Quase cem anos depois, em 1710, a fortaleza impediu com sua artilharia a entrada do francês Duclerc. Entretanto, no ano seguinte, não impediu com sua artilharia a entrada do francês Duguay Touin, pois estava desguarnecida. Contava, então, com 44 canhões. Em meados do século XVIII contava já com 135 peças.
Durante o Período Regencial teve seu armamento reduzido à metade. Entre 1863 e 1865, foram construídas várias casamatas na fortaleza, contando, nessa época, com 104 peças de artilharia. Em 1874, a fortaleza foi guarnecida com o 1º Batalhão de Artilharia a Pé.
No início do século XX, passou a ser guarnecida pelo 1º Grupo de Artilharia de Costa e era armada com canhão 150mm Krupp. Hoje, a Fortaleza de Santa Cruz abriga o Comando da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército.
Forte São Luiz
Sua construção remonta a 1567, com o estabelecimento de um posto de vigilância. A construção do Forte só se iniciou em 1770, por ordem do Marquês do Lavradio.
Em 1918, terminaram as obras iniciadas pelo Marechal Hermes da Fonseca, que construiu uma fortificação mais moderna, localizada na parte mais elevada do terreno. Foi denominado Forte Barão do Rio Branco em 1938. Seu acervo inclui quatro canhões de 150mm e sua área construída é de 5.850 m2 .
O principal atrativo, no entanto, é a vista incomum do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara.
Forte Tamandaré (Forte da Laje)
Foi construído sobre um rochedo quase plano que divide a entrada da Baía de Guanabara em duas partes desiguais. Dista 1.250 m da Fortaleza de Santa Cruz e 500m da Fortaleza de São João. Sua história remonta ao ano de 1555, quando Villegagnon ali montou uma bateria conhecida com o nome de Bateria Ratier.
Em carta régia de 1644, foi autorizada a construção de uma fortaleza, logo abandonada e artilhada em 1690. Somente em 1710 começa a ser edificada a Fortaleza de Laje, cujo término se deu por volta de 1716.
A Fortaleza da Laje cruzava seus fogos com os demais fortes da Baía, em proteção à cidade e ao porto, tornando inacessível qualquer desembarque de invasores.
Posteriormente, foi projetada uma cúpula encouraçada de ferro endurecido, aço e níquel, pesando 3.060 toneladas, para proteger os poderosos canhões. Após a Revolta da Armada, em 1893, foram consertadas as avarias causadas pelos bombardeios e montados alguns canhões Krupp.
Em 1895, um novo projeto foi aprovado e suas obras foram iniciadas em 1896. Devido ao recinto relativamente exíguo onde estas se operavam, alongaram-se até 1906, quando a Fortaleza foi inaugurada. Em 1909, ainda eram executadas obras complementares, com todo o rigor de uma fortificação moderna e convenientemente guarnecida.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Fortaleza da Laje possuía uma rede antimina submersa, que se estendia para São João e Santa Cruz, impedindo, se necessário, a entrada no canal.
Em 1953, passou a ter o nome de Forte Almirante Tamandaré. Atualmente, encontra-se sem efetivo e desartilhada, estando os seus bens materiais sob a responsabilidade da Fortaleza de São João.