Durante uma sessão da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na Câmara dos Deputados realizada neta quarta-feira, dia 17 de abril, o Deputado Federal Marcel van Hattem confrontou o Comandante do Exército Brasileiro com uma pergunta incisiva: “O senhor se consulta com o Alexandre de Moraes?”.
A questão buscava esclarecer se havia comunicações diretas entre o Comandante e o Ministro do Supremo Tribunal Federal que pudessem influenciar decisões administrativas ou militares. Escute no final do artigo os áudios na íntegra com as falas do Deputado Marcel Van Hattem e do Comandante do Exército.
Este questionamento faz parte de um debate mais amplo e acalorado sobre a influência do Judiciário nas operações das Forças Armadas e outras instâncias governamentais.
As suspeitas de consultas entre o Comandante e o Ministro, especialmente em relação a procedimentos internos das Forças Armadas como nomeações, surgiram após a divulgação de notícias e documentos pela imprensa, citados pelo deputado.
Marcel van Hattem intensificou o debate apresentando ao Comandante evidências de publicações que afirmavam que o General Tomás havia decidido promover um general apenas após consultar Alexandre de Moraes, levantando a questão: “É o Alexandre de Moraes quem manda no Comando?”
Posteriormente, Marcel reiterou sua inquietação, questionando: “Eu quero perguntar também se o senhor se consulta mesmo com o Alexandre de Moraes, se tem falado com ele e se tem informação privilegiada sobre os processos.”
Em resposta, o General Tomás negou veementemente qualquer consulta ao Ministro Alexandre de Moraes relacionada à nomeação de oficiais do Exército. Ele esclareceu:
“É absolutamente falso que eu consultei o ministro Alexandre de Moraes para nomear oficial do Exército, para qualquer posto é absolutamente falso! O oficial estava nomeado no dia 28/02/2024, faltava a chancela do presidente, quando apareceu o nome dele na investigação eu consultei para saber se tinha alguma coisa contra ele”.
O Oficial nomeado
O oficial nomeado foi o General Richard Nunes, que assumiu o posto de Chefe do Estado-Maior da Força Terrestre do Exército Brasileiro.
O General Nunes atuou como Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro e durante sua gestão aconteceu o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Nunes foi implicado nas investigações por nomear Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil do Rio, realizada um dia após o homicídio de Marielle.
Barbosa foi acusado de envolvimento no planejamento do assassinato e de ajudar a encobrir os criminosos.
Nunes defendeu sua escolha por Barbosa, argumentando que a nomeação foi baseada na competência e no histórico de solução de casos significativos de Barbosa.
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