Recentemente a Revista Diálogo Américas, uma publicação mantida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, emitiu um alerta sobre a crescente ameaça de terrorismo na Argentina e a concentração de membros do Hezbollah na tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai.
“De acordo com diferentes investigações, os vínculos do Hezbollah na região incluem importantes gangues, como o Primeiro Comando da Capital, no Brasil, e os cartéis Zeta e Sinaloa, no México”, La Nación, em 21 de abril.
Relações Militares e Diplomáticas
As instituições de segurança do Brasil são conhecidas por sua agilidade. Mas, há observações importantes de prejuizoa a sua ação, causados pela política interna e externa dos governos. Militares brasileiros, por sua vez, com ação cada vez mais focada na segurança interna, têm buscado estreitar laços com os norte-americanos, almejando a aquisição de equipamentos avançados, como o jato F-35, drones etc. Contudo, as diretrizes de política externa do governo parecem divergir do norte traçado pelos militares. Enquanto o presidente do Brasil se recusar a condenar explicitamente ações terroristas do Hamas e do Hezbollah, militares dos EUA permanecem reticentes em estabelecer mais relações de confiança que permitiriam a transferência de equipamentos normalmente utilizados por suas próprias tropas.
Conexões Criminosas e Atividades Terroristas
De acordo com investigações mencionadas pela revista Diálogo, os vínculos do Hezbollah na região podem até envolver organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) no Brasil, e os cartéis Zeta e Sinaloa no México. A principal atividade do grupo xiita na região é financeira, facilitando mecanismos de lavagem de dinheiro para o narcotráfico e organizações criminosas, com o objetivo de sustentar suas operações no Oriente Médio.
A ameaça não é apenas uam hipótese, ela já existe de fato. Em 1994, um atentado à bomba contra a sede da Associação Mutual Israelense-Argentina (AMIA) em Buenos Aires, que deixou 85 mortos e cerca de 300 feridos, foi comprovadamente orquestrado pelo Irã e pelo Hezbollah, segundo a Câmara Federal de Cassação Criminal da Argentina. Este ataque foi classificado como um “crime contra a humanidade” e os responsáveis iranianos até hoje são procurados.
Crescimento da Rede do Hezbollah no Brasil
A rede do Hezbollah no Brasil continua a crescer e é vista como acompanhando a importância crescente do país como ponto de trânsito para o tráfico ilícito global. Segundo Emanuele Ottolenghi, membro sênior da Fundação para a Defesa das Democracias, com sede em Washington, a presença de membros do Hezbollah no Brasil é bastante significativa. Ottolenghi identificou dois irmãos libaneses, Haj Wissam Rizk e Khalil Rizk, como membros ativos do grupo terrorista no país.
Khalil Rizk, ex-chefe do Departamento de Relações Exteriores do Hezbollah, atua como um elo entre Teerã e as comunidades xiitas ao redor do mundo, assistindo agentes do Hezbollah que operam no exterior, incluindo membros da Unidade 910, responsável por operações terroristas globais.