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Soberania em Risco: Os Perigos da Dependência de Tecnologias Estrangeiras no Brasil

Os recentes ataques no Líbano, com a explosão de diversos aparelhos de comunicações, eletrodomésticos e até paineis solares, trouxe muitos a refletirem sobre os riscos do uso de equipamentos estrangeiros. No Brasil, isso deve ser pensado ainda mais intensamente, visto o alto grau de dependência de equipamentos de fora, até mesmo nos altos níveis políticos e militares, o que representa um grande risco.

por Thales Rufini
19/09/2024
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A recente série de explosões de dispositivos de comunicação no Líbano, atribuída a ataques patrocinados por Israel e Estados Unidos, acende um alerta importante sobre os perigos da dependência de tecnologias estrangeiras, principalmente em setores estratégicos. Esses ataques, que atingiram pagers, walkie-talkies, smartphones, radios automotivos, até leitores de impressão digital, mostram como o controle externo sobre infraestruturas críticas de comunicação pode ser usado de maneira maliciosa para fins militares e de espionagem, comprometendo a segurança de uma nação.

O Brasil, ao se aliar fortemente a empresas estrangeiras para suprir suas necessidades tecnológicas, principalmente em áreas críticas como a comunicação militar, corre sérios riscos.

 

Os Ataques no Líbano

A série de explosões de dispositivos de comunicação em regiões do sul do Líbano e nos subúrbios de Beirute revela um cenário preocupante: a manipulação de tecnologias para fins destrutivos. Dispositivos simples, como walkie-talkies e celulares, foram transformados em armadilhas mortais, causando centenas de feridos e grandes prejuízos materiais. Esses ataques levantam uma questão fundamental: como garantir que tecnologias de comunicação utilizadas por civis e militares não sejam exploradas ou manipuladas por agentes externos?

Esse tipo de ação ilustra perfeitamente como a dependência de tecnologias estrangeiras pode ser utilizada para fins de guerra e controle. Se tal situação pode ocorrer em um contexto de guerra aberta, qual seria o risco para o Brasil, que depende cada vez mais de empresas estrangeiras para serviços críticos?

 

Espionagem e Hipocrisia

Nos últimos anos, a retórica americana tem sido de que a China representa uma grande ameaça de espionagem, especialmente por meio de empresas como Huawei e TikTok, embora não tenha apresentado provas concretas. Muitos brasileiros tem adotado esse discurso, questionando a segurança de empresas chinesas e a potencial manipulação de dados coletados por essas plataformas. No entanto, reportagens recentes revelaram que gigantes ocidentais como Google e Facebook também estão envolvidos em práticas de vigilância, muitas vezes utilizando microfones de smartphones para ouvir conversas e direcionar anúncios personalizados (Active Listening).

A partir dessas informações, fica evidente que a questão da espionagem não se restringe a uma só nação ou bloco geopolítico. A vigilância global é um fenômeno impulsionado por interesses econômicos e políticos de várias potências. Para o Brasil, que tem adotado indiscriminadamente tecnologias e discursos americanos sobre segurança e espionagem, isso representa um risco significativo de se tornar vulnerável à coleta de dados e à manipulação por parte de corporações ou governos estrangeiros, lembrando que oficialmente já foram descobertas escutas estadunidenses no gabinete da presidência do Brasil, anos atrás.

 

Militares e a “Conexão Estelar”

No contexto das Forças Armadas brasileiras, a dependência de serviços fornecidos por empresas estrangeiras também levanta preocupações alarmantes. O caso da Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX (ligada ao Pentágono), exemplifica os riscos de confiar em tecnologia estrangeira para operações militares. Embora a Starlink ofereça soluções de conectividade em áreas remotas, seu controle total sobre a geolocalização dos dispositivos conectados cria uma vulnerabilidade significativa. A empresa, para fornecer acesso à internet, deve saber a localização exata dos dispositivos, o que significa que operações militares realizadas com esses dispositivos estão potencialmente expostas à observação.

Esse risco é amplamente subestimado em muitos países que utilizam a tecnologia, inclusive no Brasil. Ao depender de uma empresa estrangeira como a Starlink, as Forças Armadas brasileiras expõem informações sensíveis, como a localização de tropas e bases, que podem ser monitoradas ou manipuladas. O episódio dos militares americanos que revelaram, involuntariamente, a localização de bases secretas no Oriente Médio ao usar smartwatches é um exemplo claro de como tecnologias aparentemente inofensivas podem comprometer a segurança nacional. Se essa vulnerabilidade existia em dispositivos pessoais, como relógios, o que dizer de uma infraestrutura completa de comunicação dependente de satélites operados por uma empresa estrangeira?

Além disso, investigações recentes apontam para suspeitas de favorecimento à Starlink em contratos firmados com o Exército brasileiro, levantando dúvidas sobre os reais interesses por trás da adoção dessa tecnologia. A falta de transparência nos processos de contratação e a possível influência de interesses externos no fornecimento de tecnologia para setores críticos são sinais preocupantes de que o Brasil pode estar entregando parte de sua soberania tecnológica a estrangeiros, além de abrir a possibilidade de questionamento da lealdade ao Brasil, frente aos interesses de entidades alheias.

 

O Perigo de uma Dependência Generalizada

A dependência de tecnologias estrangeiras não é uma questão limitada apenas à comunicação militar. A digitalização de vários setores críticos da economia e da defesa brasileira coloca o país em uma posição de vulnerabilidade constante. Se o controle sobre as infraestruturas digitais e de comunicação estiver nas mãos de empresas e governos estrangeiros, o Brasil fica à mercê de potências externas que podem explorar essas vulnerabilidades para seus próprios interesses.

Além disso, ao adotar o discurso americano sobre segurança e espionagem, o Brasil corre o risco de ignorar as práticas de vigilância realizadas pelas próprias potências ocidentais, enquanto se foca exclusivamente em países como a China.

 

 

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