RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Início Defesa e Segurança Geopolítica

Putin, dinheiro, armas e tensão geopolítica: após 500 anos potência europeia repensa sua neutralidade histórica em meio aos conflitos na Ucrânia e à pressão de Moscou

Invasão russa da Ucrânia criou um novo contexto geopolítico que obriga a Suíça a reconsiderar sua postura neutra

por Marcos
25/10/2024
A A

Há mais de cinco séculos, a Suíça é sinônimo de neutralidade. Este pequeno país no coração da Europa conseguiu se manter à margem dos conflitos mais devastadores do continente, incluindo as duas guerras mundiais que devastaram a Europa no século XX. No entanto, a invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 pelo presidente Vladimir Putin, abalou os fundamentos da política de neutralidade geopolítica suíça, provocando um intenso debate sobre se a Suíça deveria reconsiderar sua posição histórica.

Confira como a Suíça, historicamente neutra, está enfrentando uma pressão sem precedentes para revisar sua postura. Será que este país europeu se manterá à margem ou finalmente tomará um lado? Conheça os dilemas e desafios que podem mudar o curso de sua política externa.

Suíça: da infantaria mais formidável da Europa à neutralidade geopolítica

A neutralidade da Suíça tem suas raízes em um conflito que remonta a 1515, quando o recém-coroado Francisco I da França, apoiado pela República de Veneza, enfrentou a Confederação Suíça na Batalha de Marignano, perto de Milão. Os suíços, que eram considerados a infantaria mais formidável da Europa, foram surpreendidos pela força combinada dos franceses e seus aliados mercenários germânicos. Após dois dias de combates intensos, os suíços sofreram o dobro de baixas que os franceses, resultando em uma derrota contundente.

Este revés levou os suíços a assinarem a Paz Perpétua em 1516, um acordo com a França e o Duque de Milão que marcou o primeiro grande pacto de neutralidade da Suíça. Este tratado cimentou a posição da Suíça como um país neutro, uma postura que, com a exceção de uma invasão francesa no século XVII, manteve-se por mais de cinco séculos. A neutralidade suíça foi formalmente reconhecida em 1815, no Congresso de Viena, quando as potências europeias concordaram que a Suíça deveria permanecer neutra para sempre.

Uma mudança na política de neutralidade em resposta à invasão da Ucrânia

A invasão da Ucrânia pela Rússia foi vista por muitos na Europa como uma ruptura de um acordo tácito que existia no continente: a ideia de que nenhuma nação iniciaria uma guerra de expansão e conquista territorial na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Este acordo era um dos pilares fundamentais sobre os quais se sustentava a neutralidade suíça na era contemporânea. A neutralidade da Suíça, embora adaptada ao longo do tempo, sempre se manteve firme em não se alinhar diretamente com nenhuma potência beligerante. No entanto, a agressão de Putin colocou esse princípio em xeque.

No dia 29 de agosto de 2024, um grupo de políticos, diplomatas, analistas e militares suíços apresentou um relatório ao governo suíço recomendando uma revisão de sua política de neutralidade. Segundo este grupo, a invasão russa da Ucrânia criou um novo contexto geopolítico que obriga a Suíça a reconsiderar sua postura neutra. Este relatório sugere que a Suíça deveria buscar uma maior aproximação com a União Europeia e a OTAN, algo que até pouco tempo atrás era impensável para um país que manteve sua neutralidade por mais de cinco séculos.

Expansão territorial da Rússia pode se estender além da Ucrânia

A revisão da política de neutralidade suíça poderia levar a um relaxamento ou até ao abandono parcial dessa postura histórica. Este processo está ocorrendo em um contexto onde outros países tradicionalmente neutros, como Suécia e Finlândia, já abandonaram sua neutralidade e se juntaram à OTAN em resposta à ameaça russa. Esses países argumentam que a agressão de Putin destruiu os pilares sobre os quais se sustentavam suas políticas de neutralidade, levando-os a buscar proteção na aliança militar mais poderosa do mundo.

A Suíça, embora geograficamente distante da Rússia e cercada por países membros da OTAN, enfrenta um dilema semelhante. O temor de que a expansão territorial da Rússia pudesse se estender além da Ucrânia levou os suíços a reconsiderar sua postura. Uma das primeiras medidas práticas sugeridas pelo grupo de especialistas suíços é o levantamento da suspensão da venda de armas para países aliados da Ucrânia, uma política que a Suíça adotou no início da invasão para evitar que suas armas fossem utilizadas no conflito.

O futuro da neutralidade geopolítica Suíça

A neutralidade suíça tem sido um baluarte por mais de 500 anos, permitindo que o país se mantivesse à margem dos conflitos europeus mais devastadores. No entanto, o contexto geopolítico atual é muito diferente do período da Guerra Fria, e muitos na Suíça argumentam que é necessário e urgente revisar essa política para se adaptar às novas realidades. O relatório do grupo de especialistas suíços sugere que, embora a neutralidade não deva ser completamente abandonada, deve ser reformulada para enfrentar as ameaças atuais.

Ver Comentários

Artigos recentes

  • Pesquisador afirma que o Brasil está entre os três maiores exportadores de armas do mundo 09/05/2025
  • Com tecnologia optoeletrônica e Mach 12, Irã apresenta poderoso míssil Qasem Basir e alerta EUA: ‘Bases serão alvos se guerra nos for imposta’ 09/05/2025
  • F-15I Ra’am: a arma preferida de Israel para aniquilar alvos, supera o F-35 em poder de fogo e alcance extremo, com bombas de 900 kg que penetram bunkers e autonomia para atingir o Irã, o caça prova por que continua indispensável 09/05/2025
  • Plano secreto de Israel para Gaza vaza e acende alerta global: Conquista total, expulsão em massa da população e fim dos reféns 09/05/2025
  • Estados Unidos pressionam para rotular PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas e enviá-los à prisão brutal de El Salvador — mas governo Lula reage e descarta seguir plano internacional 09/05/2025
  • Feito sem precedentes: Ucrânia pode ter batido recorde mundial ao neutralizar 11 mísseis russos com NASAMS em menos de dois minutos, redefinindo os padrões da defesa aérea moderna 09/05/2025
  • Além das motos e carros: Honda surpreende com motores usados por militares, geradores que salvam vidas e tecnologias que operam onde tudo falha 09/05/2025
  • Trump institui ‘Dia da Vitória’ em 8 de maio e garante que triunfo na Segunda Guerra foi graças aos EUA: “Goste ou não, fomos nós!” 08/05/2025
  • Militares veem a História como meio de aplicar estratégias aos desafios atuais — “É necessário entrar nas Academias e fazer uma mudança no ensino militar”, diz jornalista 08/05/2025
  • Exército aumenta número de generais: de 2019 a 2025 a força ganhou mais 13 cadeiras 08/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.