RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Início Defesa e Segurança Geopolítica

A barragem etíope no Nilo, com um reservatório de 1.900 km², ameaça o fluxo de água para o Egito; em resposta, o país mobiliza 10.000 soldados de suas forças armadas, elevando as tensões com a Etiópia, ambos do BRICS

Dois países membros do BRICS estão à beira de uma guerra, e as Forças Armadas já estão em alerta por causa de uma mega barragem que pode restringir o acesso à água

por Marcos
03/11/2024
A A

A história nos mostra que muitos dos grandes conflitos globais foram motivados pela disputa por recursos naturais. Desde as invasões japonesas na China em busca de matérias-primas até a ocupação de regiões ricas em petróleo no Oriente Médio, a sede por recursos tem alimentado guerras devastadoras ao longo dos séculos. Agora, no século XXI, o foco está se voltando para outro recurso essencial e cada vez mais escasso: a água. Diante desse cenário, as Forças Armadas de várias nações já estão em alerta, prontas para defender seus interesses estratégicos relacionados ao acesso a esse bem vital.

O Rio Nilo e sua importância vital

O Rio Nilo, um dos maiores e mais icônicos rios do mundo, atravessa 10 países africanos, todos altamente dependentes de suas águas. Para o Egito, em particular, o Nilo é uma questão de sobrevivência: cerca de 90% da água utilizada no país vem diretamente desse rio. Com uma população de mais de 100 milhões de habitantes e um clima árido, o acesso à água doce é uma questão crucial para os egípcios, que utilizam o rio tanto para irrigação quanto para consumo humano e animal.

No entanto, essa fonte vital de água tem sido motivo de disputa nos últimos anos, principalmente devido à construção de uma barragem monumental pela Etiópia. A Grande Barragem do Renascimento, localizada próximo à fronteira com o Sudão, é uma das maiores do mundo e está gerando preocupações profundas no Egito e em outros países que dependem do Nilo.

A grande barragem do Renascimento: um projeto ambicioso e polêmico

A barragem, que começou a ser construída pela Etiópia há mais de uma década e foi inaugurada oficialmente em 2020, criou um lago artificial com uma superfície impressionante de 1.900 km² — maior até que o reservatório de Itaipu no Brasil. Para a Etiópia, este projeto representa um marco de desenvolvimento econômico, permitindo ao país gerar energia hidrelétrica em larga escala e potencialmente exportar eletricidade para outras nações africanas.

Contudo, para o Egito, a barragem representa uma ameaça direta. Os egípcios temem que a retenção de grandes volumes de água no reservatório etíope diminua o fluxo do Nilo, prejudicando gravemente a agricultura e o fornecimento de água no país. Apesar dos fortes protestos e das tentativas de negociação, a Etiópia seguiu com o projeto, aprofundando o impasse diplomático.

Implicações militares e o escalar das tensões envolvem as Forças Armadas

As consequências dessa disputa já estão se refletindo no campo militar. Recentemente, o Egito anunciou o envio de 10.000 soldados para a Somália, um país historicamente rival da Etiópia. Embora o movimento tenha sido oficialmente justificado como parte de um acordo de segurança, muitos observadores acreditam que a manobra é uma retaliação direta à construção da barragem. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, condenou veementemente o envio das tropas egípcias, alertando que qualquer presença militar estrangeira na Somália seria vista como um ato de agressão.

A situação é agravada por um acordo recente entre a Etiópia e a Somalilândia — uma região separatista da Somália — que oferece à Etiópia uma saída para o mar. Este acordo é visto pela Somália como uma provocação e um desrespeito à sua soberania, elevando ainda mais a tensão na região.

O papel do BRICS na disputa

Outro fator que adiciona complexidade à situação é o fato de tanto o Egito quanto a Etiópia terem sido recentemente admitidos no BRICS, um grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Embora o BRICS tenha como objetivo promover uma ordem mundial mais equilibrada e multipolar, as rivalidades entre seus membros, como as tensões históricas entre China e Índia ou Arábia Saudita e Irã, complicam a unidade do grupo.

A entrada do Egito e da Etiópia no BRICS coloca uma questão delicada para o Brasil, que busca desempenhar um papel de liderança dentro do bloco. Se as tensões entre os dois países continuarem a escalar, o BRICS pode enfrentar desafios em manter a coesão entre seus membros, com possíveis implicações para a diplomacia internacional.

A disputa pelo controle das águas do Nilo é um exemplo claro de como o acesso a recursos naturais essenciais pode gerar conflitos em escala global. À medida que a população mundial cresce e os recursos se tornam mais escassos, a água promete ser um dos principais pontos de tensão no futuro. No caso do Egito e da Etiópia, o mundo observa com preocupação o desenrolar de uma disputa que pode escalar para um conflito de maiores proporções. Forças Armadas

O papel do BRICS e de outras potências internacionais será crucial para mediar a situação e evitar uma guerra no coração do continente africano, cujas consequências poderiam se espalhar globalmente. Enquanto isso, a diplomacia continua sendo a melhor esperança para evitar um confronto direto entre essas nações.

Ver Comentários

Artigos recentes

  • “Sentado! Um, dois! De pé! Um, dois!” Projeto de lei propõe punir com prisão humilhações e ordens abusivas nas Forças Armadas brasileiras 10/05/2025
  • Honda e os veículos conceito que anteciparam o futuro da mobilidade robusta e inteligente: tecnologia, design extremo e IA embarcada que inspiram o mundo 10/05/2025
  • Segurança pública da China revoluciona o patrulhamento com robô RT-G equipado com IA e câmeras 360°, capaz de operar em terra e água com resistência de 4 toneladas 10/05/2025
  • Concurso TCU 2025: 60 vagas autorizadas para ensino médio e superior, com salários de até R$ 37 mil 10/05/2025
  • Nova moto barata da Honda é registrada no Brasil e promete chegar ao mercado por R$ 8 mil, injeção eletrônica, 10 anos de garantia e fazendo o impressionante 55 km/l 10/05/2025
  • Oficial médica é expulsa do Exército: STM, rigoroso, declarada indignidade para ser militar 10/05/2025
  • Concurso do Exército abre vagas para profissionais de saúde, técnicos e religiosos — com salários e aposentadoria integral 10/05/2025
  • Enquanto a Marinha, o Exército e a Aeronáutica reverenciavam os heróis brasileiros da FEB com cerimônias militares, Lula ‘marcha’ com Putin e Maduro em Moscou 09/05/2025
  • O território do Brasil que pode ser controlado pelos EUA — Segundo portal de notícias, tratados da Segunda Guerra justificariam o ato 09/05/2025
  • Tecnologia da Força Aérea promete tornar Gripen brasileiro um dos caças mais avançados do mundo: uma lenda indetectável, capaz de confundir os radares dos inimigos com alvos fantasmas 09/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.