A China saiu na frente mais uma vez e anunciou a realização de um plano ousado de reflorestamento com o objetivo de conter a desertificação no país, um problema que tem se tornado cada vez mais comum em diferentes países do mundo. De acordo com o governo Chinês, mais de três mil quilômetros de florestas foram plantadas em torno do deserto de Taklamakan.
O objetivo dos chineses é criar uma espécie de muralha verde em torno do deserto que também irá se estender pelo deserto de Gobi. Com isso, a vegetação funcionará interrompendo o fluxo de ventos e tempestades de areia, responsáveis por causar grande prejuízo à agricultura do país.
100 bilhões de árvores
Ainda segundo o governo chinês, o plano de reflorestamento envolve o plantio de inúmeras espécies de árvores, incluindo salgueiros vermelhos e sacsaoul ao longo da orla sul do deserto de Taklimakan, noroeste da China.
O projeto, batizado de “Programa Florestal do Cinturão de Abrigo dos Três Norte da China”, pretende promover uma expansão massiva de contenção a desertificação por meio do reflorestamento. O programa teve inicio na década de 70, mas a expectativa é que seja concluído apenas no ano de 2050.
Ao ser finalizado, o projeto irá contar com mais de 100 bilhões de árvores e será o maior projeto de engenharia ecológica do mundo.
Especialistas criticam a ideia
Por outro lado, a Grande Muralha Verde da China é encarada por especialistas com cautela, uma vez que, segundo eles, o plantio de árvores não nativas pode trazer consequências para a biodiversidade local. Outro problema apontado por especialistas é que os cinturões verdes podem não ser tão eficazes na redução das tempestades de areia.
O perigo global da desertificação
Atualmente, a China está entre as regiões mais afetadas pelo processo de desertificação, com mais de 27% das terras chinesas prejudicas, o que atinge cerca de 400 milhões de pessoas. Dados divulgados recentemente pela ONU apontam que a desertificação é um perigo global que 77% em média das terras do planeta estão mais secas do que há trinta anos.
A desertificação é o processo de degradação de terras em regiões áridas, semiáridas e subúmidas, causada principalmente por atividades humanas e mudanças climáticas. Esse fenômeno resulta na perda de produtividade do solo, tornando-o incapaz de sustentar vegetação, vida animal ou cultivos agrícolas. A exploração excessiva, desmatamento, sobrepastoreio e irrigação inadequada são fatores que intensificam a desertificação.
Globalmente, ela representa um problema grave, pois ameaça a segurança alimentar, a disponibilidade de água e os meios de subsistência de milhões de pessoas. Além disso, contribui para as migrações forçadas, conflitos por recursos naturais e agrava as mudanças climáticas ao reduzir a absorção de carbono.