O Canal do Panamá, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, volta ao centro das atenções internacionais em meio a declarações polêmicas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugerindo uma possível retomada do controle pelos americanos. Em resposta, a China reafirmou seu compromisso com a soberania panamenha, destacando a importância da via como um símbolo de neutralidade e independência.
Essa tensão entre as maiores potências globais coloca o Panamá em um cenário geopolítico delicado, onde economia, diplomacia e estratégia se cruzam de forma decisiva.
China e Panamá reafirmam soberania do canal
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (23), Mao Ning afirmou que a China “sempre apoiou o povo do Panamá em sua justa causa pela soberania do canal”. A declaração veio em resposta às insinuações de Trump, que sinalizou que os EUA poderiam voltar a exigir o controle da rota estratégica.
A porta-voz mencionou as declarações do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que reforçou o posicionamento do país em defesa de sua soberania. Segundo Mulino, “cada metro quadrado do Canal do Panamá e suas áreas adjacentes pertence ao Panamá”, ressaltando que a independência do país não está aberta a negociações. Ele ainda enfatizou que as tarifas impostas pelo canal não são arbitrárias e que a via opera sem qualquer controle direto ou indireto de potências externas.
A importância do Canal do Panamá e a reação da China às declarações de Trump
O Canal do Panamá, transferido para o controle panamenho pelos EUA em 1999, é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico. A neutralidade do canal, garantida por acordos internacionais, é essencial para o fluxo do comércio global.
A China, um dos maiores usuários dessa rota, demonstrou preocupação com as declarações de Donald Trump. Para Pequim, qualquer ameaça à soberania panamenha representa riscos econômicos e geopolíticos. Ao declarar que reconhece o canal como “uma via marítima internacional permanentemente neutra”, a China envia um sinal claro de que apoia a estabilidade na região e se posiciona como uma aliada estratégica do Panamá.
Canal do Panamá no centro da disputa entre EUA e China
As declarações de Trump destacam o papel central do Canal do Panamá no cenário geopolítico global, especialmente na crescente competição entre EUA e China. Enquanto Washington busca reafirmar sua influência histórica na região, Pequim consolida sua presença ao oferecer apoio diplomático e econômico ao Panamá.
A postura da China reflete sua preocupação com o comércio e sua estratégia de longo prazo para fortalecer laços com países estratégicos. A resposta do presidente panamenho reafirma a independência do país em um momento de pressão externa, deixando claro que o canal é mais do que uma rota comercial: é um símbolo de soberania nacional.