Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, desenvolveu uma tecnologia inovadora que permite motores a diesel funcionarem majoritariamente com hidrogênio. A solução, liderada pelos professores Shawn Kook, Shaun Chan e Evatt Hawkes, consiste em um sistema de injeção direta de combustível dual, permitindo que os motores operem com até 90% de hidrogênio e apenas 10% de diesel. O resultado é uma redução impressionante de até 77% das emissões de dióxido de carbono (CO2).
Com a meta de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050, a Austrália busca soluções práticas e viáveis. Segundo os pesquisadores, essa nova tecnologia atende às necessidades urgentes de indústrias pesadas, como a mineração e a agricultura, que enfrentam dificuldades para eletrificar suas operações devido ao longo tempo de recarga das baterias elétricas.
Além de ser uma alternativa mais sustentável, o sistema oferece uma grande vantagem prática: a possibilidade de adaptar motores a diesel já existentes sem a necessidade de descartá-los. “Isso acelera a descarbonização de setores de difícil eletrificação, onde há uma demanda desesperada por soluções”, explicou o professor Shawn Kook. A tecnologia também contribui para reduzir custos e evitar investimentos em equipamentos completamente novos.
O hidrogênio, quando obtido de fontes renováveis, é considerado um combustível verde, pois não emite CO2 durante sua combustão. Com anos de pesquisa, a equipe da UNSW chegou a uma solução viável para aplicação em máquinas de alto desempenho que exigem operação contínua. Espera-se que o impacto dessa tecnologia se intensifique na próxima década, auxiliando países ao redor do mundo a atingirem suas metas climáticas de forma prática e econômica.
Essa inovação representa um avanço significativo, pois fornece às indústrias pesadas uma ferramenta eficaz para descarbonizar suas operações sem precisar esperar pelo desenvolvimento completo de células de combustível ou redes elétricas robustas.
Com informações de: Ecoticias