No dia 20 de janeiro de 2025, o Hospital Militar de Resende (HMR), que se localiza nas dependências da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), recebeu sua primeira diretora. Pela primeira vez, desde a criação da organização militar, há 80 anos, uma mulher ocupa a função de diretora. Em solenidade, a coronel Renata Cristina de Almeida Martins Schmidt recebeu a função do coronel Ubiratan de Oliveira Magalhães.
O evento, presidido pelo general de brigada Cesar Uilson Goettems, diretor do Hospital Central do Exército, teve início com a inauguração do retrato e a entrega do distintivo de comando ao diretor substituído do HMR, coronel Ubiratan. Ao se despedir, ele destacou a importância do hospital, que considera um elo no processo conduzido pela AMAN, onde “começa a história do oficialato de carreira das Armas”.
A coronel Renata destacou a bagagem adquirida durante a carreira. “São quase 30 anos de serviço. Assumo a função com uma boa expectativa, pois aqui encontrei um hospital muito bem estruturado. Tenho certeza de que será uma missão muito profícua”, afirmou a coronel Renata ao término da solenidade.
O Hospital Militar de Resende
O Hospital Militar de Resende, atualmente subordinado ao comando da 1ª Região Militar, originou-se da fusão do Centro de Recuperação de Itatiaia e do Hospital Escolar/AMAN, recebendo sua denominação atual a partir de 2015.
A principal missão do HMR é prestar assistência médico-hospitalar e odontológica aos usuários do Sistema de Saúde do Exército da região Sul Fluminense.
Para isso, conta com diversas especialidades médicas, além de dentistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outras, atendendo cerca de 100 mil pacientes anualmente.
A experiência da futura diretora do HMR
De acordo com a notícia publicada no site do Exército, a coronel Renata, diretora substituta, é natural do Rio de Janeiro e ingressou no Exército em 8 de março de 1999, na antiga Escola de Saúde do Exército.
Com passagens pelo Hospital de Guarnição de Marabá (PA), Posto Médico de Guarnição de Vila Velha (ES), Comando da 2ª Região Militar, Hospital de Guarnição de João Pessoa (PB), também foi chefe da Unidade Médica Nível I do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABAT-26) na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH).
Além disso, atuou como instrutora da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e como adjunta no comitê de planejamento estratégico do Sistema de Saúde do Exército.
Da Guerra do Paraguai à Minustah, as mulheres no Exército
As mulheres têm ocupado, cada vez mais, espaços nas Forças Armadas. No âmbito do Exército, o HMR passa a ser mais um exemplo dessa transformação. Na área de saúde, a participação de mulheres tem registro desde a Guerra da Tríplice Aliança, passando pelas guerras mundiais.
A Força Expedicionária Brasileira contou com jovens enfermeiras, durante a Segunda Guerra Mundial, em terras europeias, apoiando bravamente nossos pracinhas.
Hoje, além do Serviço de Saúde, o Exército conta com mulheres oriundas do quadro complementar de oficiais, quadro de engenheiros militares, serviço de intendência e quadro de material bélico. O alistamento para o serviço militar também está disponível para mulheres a partir deste ano.