Segundo apurou a UOL, o assassinato do delator do PCC, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, trouxe à tona uma trama complexa envolvendo membros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP). As investigações recentes revelaram detalhes surpreendentes, incluindo a suposta participação de um tenente no auxílio ao principal suspeito do crime.
Gritzbach foi brutalmente assassinado com 10 tiros de fuzil em pleno aeroporto de Guarulhos, um dos mais movimentados do país. O crime, executado com precisão militar, imediatamente levantou suspeitas sobre o envolvimento de profissionais treinados.
A Corregedoria da PMESP, responsável pelas investigações, fez progressos significativos no caso. Em 16 de janeiro de 2025, foram presos 15 policiais militares, incluindo um Cabo PM, apontado como o autor dos disparos que vitimaram Gritzbach.
Oficiais da PMESP estão envolvidos
Um dos desdobramentos mais surpreendentes do caso é a suspeita de envolvimento de um Tenente do 23º Batalhão da PM (bairro de Perdizes). Segundo as investigações:
- O tenente é suspeito de vazar informações sigilosas do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para auxiliar na fuga do cabo Dênis após o crime.
- Existe uma conexão prévia entre o tenente e o cabo Dênis, que trabalharam juntos na Força Tática do 42º Batalhão, em Osasco, em 2013.
- O Ten PM também mantém amizade com outro oficial acusado de ser responsável pela segurança pessoal de Gritzbach.
A Corregedoria da PM tomou as seguintes medidas em relação ao tenente suspeito, como a quebra do sigilo telefônico, cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua residência e local de trabalho e manteve o tenente em serviço, embora sob investigação oficial por suposta participação no homicídio
Um elemento crucial na investigação foi a identificação do Cabo PM como autor dos disparos. Esta identificação foi possível graças a denúncia anônima que levou ao monitoramento do suspeito, análise de imagens de câmeras de segurança, incluindo as de um ônibus usado na fuga, identificação de uma tatuagem característica no braço esquerdo do Cabo PM e a análise detalhada de padrões de movimento, compleição física e outros aspectos físicos.
O caso Gritzbach levanta questões preocupantes sobre a possível infiltração do crime organizado nas forças de segurança. A menção ao PCC no contexto do caso sugere possíveis conexões com o crime organizado, embora os detalhes dessas conexões não estejam claros nas informações fornecidas.
O caso Gritzbach continua a se desdobrar, revelando uma teia complexa de relações e possíveis cumplicidades dentro da PMESP, incluindo policiais da ROTA (Oficias e Praças). As investigações em curso prometem trazer mais detalhes sobre o envolvimento de policiais no crime e suas possíveis motivações. Este caso serve como um alerta sobre a necessidade de vigilância constante e rigorosa das instituições de segurança pública, para garantir sua integridade e eficácia na proteção da sociedade.