Em apenas dois anos, a China está preparada para alcançar uma vantagem significativa sobre os Estados Unidos no Pacífico Ocidental, especificamente a oeste do meridiano 180°.
Essa superioridade antecipada se manifestará em um aumento de 12 vezes no número de caças modernos, incluindo um aumento de 5 vezes no número de aviões de quinta geração.
Além disso, o arsenal chinês de 225 bombardeiros transformará sua força aérea na líder regional nessa categoria, um avanço que gerou preocupações estratégicas nos círculos militares norte-americanos.
O general de brigada Doug Wickert, comandante da Ala de Testes 412 da Base Aérea de Edwards, revelou essas estatísticas, segundo diversas fontes.
A 412ª Ala de Testes desempenha um papel crucial na avaliação e modernização de todos os novos aviões para a Força Aérea dos EUA, processando experiências de combate para desenvolver novos conceitos, colocando-se assim na vanguarda da tecnologia da aviação.
O anúncio de Wickert destaca um equilíbrio de poder que está mudando rapidamente na região do Pacífico, onde as crescentes capacidades aéreas da China ameaçam superar as dos Estados Unidos.
A rápida expansão do poder aéreo da China levantou questões críticas sobre a metodologia utilizada para calcular sua vantagem de 12 vezes sobre os Estados Unidos. Essa superioridade numérica, se avaliada simplesmente contando aeronaves, oferece uma visão superficial da dinâmica regional.
A China possui atualmente mais de 2.200 aviões de combate, incluindo bombardeiros, caças-bombardeiros, caças multifunção e interceptadores. A ideia obsoleta de que a Força Aérea chinesa depende amplamente de modelos antiquados da era soviética já foi superada há tempos.
Apenas cerca de 18% de sua frota é composta por Chengdu J-7, cópias modernizadas do MiG-21, totalizando 290 unidades, e aproximadamente 100 aviões bimotores Shenyang J-8.
Grande parte do poder aéreo chinês consiste em até 600 caças leves monomotores Chengdu J-10 e cerca de 600 Shenyang J-11, versões locais do Su-27. Essa frota também inclui cerca de 100 variantes baseadas em porta-aviões.
Esses números contrastam marcadamente com as frotas relativamente menores de aviões Su-30MK e Su-35, que não compensam significativamente o equilíbrio na região.
No entanto, a ameaça mais formidável vem dos mais de 200 caças furtivos J-20, que representam a vanguarda da tecnologia aeroespacial chinesa. Espera-se que a proporção dessas aeronaves avançadas aumente à medida que os modelos mais antigos sejam gradualmente aposentados.
Além desses caças avançados, a força aérea chinesa inclui cerca de 200 caças-bombardeiros JH-7 e mais de 200 bombardeiros de longo alcance H-6.
Esses ativos são apoiados por aeronaves especializadas para guerra eletrônica, reconhecimento, sistemas de mísseis terra-ar e aviões-tanque.
O inventário chinês também inclui mais de 1.000 aviões de treinamento e transporte, o que melhora a versatilidade e a prontidão de suas forças.
Por outro lado, os Estados Unidos operam aproximadamente 3.150 caças, aviões de ataque e bombardeiros na Força Aérea, na Marinha, no Corpo de Fuzileiros Navais e na Guarda Nacional.
Essa impressionante frota inclui mais de 370 F-15, mais de 800 F-16, mais de 900 F/A-18, cerca de 180 F-22 Raptors, mais de 630 F-35 Lightning II e cerca de 200 A-10 Thunderbolt II.
Apesar do crescimento numérico da China, os Estados Unidos mantêm uma vantagem significativa na tecnologia de aviões de combate de quinta geração, uma área em que têm investido consideravelmente ao longo dos anos.
No que diz respeito aos bombardeiros, os Estados Unidos possuem um total de 122 unidades: 44 B-1 Lancer, 20 B-2 Spirit e 58 B-52H Stratofortress.
Embora a modernização do bombardeiro H-6 da China, derivado do Tu-16 soviético, tenha melhorado sua capacidade de ataque de longo alcance, o B-52, apesar de sua idade, continua sendo um componente vital da dissuasão estratégica norte-americana.
A questão crucial que surge é: como os Estados Unidos chegaram à conclusão de que a China possuía uma vantagem nessa região? A resposta está no contexto geográfico e estratégico.
A vantagem da China a oeste do meridiano 180° se deve ao número limitado de bases aéreas norte-americanas na área, o que restringe o desdobramento de todo o seu poder aéreo.
Essa restrição geográfica levou os Estados Unidos a fazerem investimentos significativos na modernização de suas bases aéreas no Pacífico, como os 409 milhões de dólares alocados para a restauração de West Field, uma base de importância histórica que remonta às missões de bombardeio em Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Historicamente, o poder aéreo tem sido um fator decisivo para manter o equilíbrio de poder no Pacífico. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos aproveitaram sua rede de bases aéreas para projetar poder e manter a estabilidade em toda a região.
Hoje, com a ascensão da China, essas bases voltaram a ser fundamentais no planejamento estratégico dos Estados Unidos. A atenção que o exército norte-americano dá à modernização dessas instalações e ao aumento de suas capacidades operacionais reflete uma estratégia mais ampla para contrabalançar a crescente influência da China.
A modernização agressiva da força aérea da China é impulsionada por sua ambição de alcançar autonomia estratégica e reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras.
Nas últimas décadas, a China investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, levando à produção de aviões sofisticados como o J-20 e o futuro J-31.
Esses avanços destacam a intenção da China não apenas de reforçar suas capacidades defensivas, mas também de afirmar sua presença militar na região.