O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu a George Soros, bilionário e sobrevivente do Holocausto, a Medalha Presidencial da Liberdade. A homenagem é a maior honraria civil da nação. A cerimônia aconteceu no Salão Leste da Casa Branca, em 4 de janeiro de 2025, com a presença de diversas personalidades e autoridades. A medalha foi recebida por Alex Soros, filho do homenageado, devido à idade avançada de Soros, que atualmente tem 94 anos.
George Soros se destacou na homenagem pela sua trajetória como filantropo, sua luta pela liberdade e por suas contribuições para causas progressistas e democráticas em todo o mundo. Em um discurso marcante, a Casa Branca enfatizou: “Nascido em uma família judia na Hungria, George Soros escapou da ocupação nazista para construir uma vida de liberdade para si e para inúmeros outros ao redor do mundo.”
A decisão de Biden de conceder a homenagem a George Soros foi interpretada como um reconhecimento de sua influência global. Contudo, também gerou controvérsias, especialmente devido ao histórico de críticas recebidas pelo bilionário por parte de setores conservadores, que frequentemente associam seu nome a teorias da conspiração e narrativas antissemitas.
A trajetória de um sobrevivente do Holocausto
Nascido em 1930, George Soros sobreviveu à ocupação nazista na Hungria. Posteriormente, migrou para o Reino Unido, onde estudou na London School of Economics. Sua carreira como investidor o levou a acumular uma fortuna que seria amplamente utilizada para financiar projetos humanitários e causas políticas progressistas. Soros realiza esses projetos por meio da Open Society Foundations, fundada por ele em 1979.
A Open Society Foundations tornou-se uma das maiores organizações filantrópicas do mundo, com projetos em mais de 120 países. O objetivo, de acordo com a própria organização, é defender direitos humanos, democracia e liberdade de imprensa. Apesar dessas contribuições, Soros se tornou alvo frequente de críticas, muitas vezes motivadas por questões ideológicas.
A identidade judaica de Soros também é frequentemente explorada em narrativas antissemitas. Teorias conspiratórias principalmente sobre o suposto “poder financeiro judaico” ressurgiram em críticas direcionadas a ele, tornando-o um dos alvos mais proeminentes dessas campanhas.
Críticas e reações à homenagem
A entrega da medalha a Soros gerou reações polarizadas. Entre os críticos, destaca-se Elon Musk, bilionário e proprietário da empresa de mídia social X, que classificou a premiação como uma “farsa“. Musk, atualmente alinhado à administração de Donald Trump, não poupou críticas ao presidente Biden, reforçando o debate político em torno da figura de Soros.
Por outro lado, defensores da premiação apontaram para o legado de Soros como filantropo e sobrevivente do Holocausto. A cerimônia também destacou sua contribuição para a promoção da liberdade e dos direitos humanos.
Além de Soros, outros nomes receberam a Medalha Presidencial da Liberdade. Entre eles, o chef espanhol José Andrés, cujo trabalho humanitário pela organização World Central Kitchen ganhou destaque. A organização prestou ajuda em diversas crises globais, incluindo Gaza, onde sete de seus funcionários morreram em um ataque israelense no ano passado. O incidente gerou protestos e um pedido formal de desculpas por parte de Israel.