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Onde a Rússia está buscando soldados para a guerra? A resposta agora é clara: em todos os lugares

O recrutamento militar na Rússia, impulsionado pela necessidade do Kremlin de sustentar a guerra na Ucrânia, reflete uma estratégia de custo humano e ético

por Noel Budeguer
14/01/2025
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Em novembro, vários dados apresentavam um paradoxo sombrio sobre a guerra na Ucrânia. Em muitas áreas rurais russas, a morte de soldados em combate (e a renda que as famílias recebem) fazia com que os falecidos tivessem um valor econômico superior ao das pessoas que trabalhavam em vida. Agora, os dados oficiais de baixas em 2024 foram divulgados, e a Rússia tomou uma decisão: eliminar as regras de recrutamento.

Balanço do conflito para a Rússia em 2024

Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia avançou aproximadamente 4.168 quilômetros quadrados na Ucrânia durante 2024. Esse progresso territorial foi alcançado a um custo extraordinário: 427.000 soldados russos mortos ou feridos, de acordo com estimativas, um número que destaca a brutalidade do conflito.

Buscar soldados em meio a uma guerra

O número de mortos lembra outro problema enfrentado pela Rússia desde o início da invasão à Ucrânia: manter o número de soldados necessários no front. De fato, a perda de tropas experientes no início do conflito e o alto índice de baixas levaram o Kremlin a implementar estratégias drásticas e controversas para preencher suas fileiras.

Conforme relatado pelo New York Times, em um esforço para manter a pressão sobre a Ucrânia, a Rússia ampliou significativamente sua base de recrutamento, envolvendo qualquer pessoa disposta a se alistar, desde condenados até suspeitos de crimes, devedores, imigrantes ou funcionários corruptos. Essa abordagem reflete uma combinação de desespero e pragmatismo, mas também, sem dúvida, gerou preocupações éticas e sociais de longo alcance.

Crimes perdoados em troca de armas

Inicialmente, o recrutamento de condenados começou em 2022 com prisioneiros já sentenciados em colônias penais. No entanto, com a chegada das novas leis assinadas pelo presidente Vladimir Putin, foi permitido que o processo de alistamento começasse mesmo antes de um caso penal ser julgado.

Agora, qualquer pessoa acusada de um crime pode optar por um contrato militar para evitar julgamento ou condenação. Há exemplos e casos, como o de dois homens presos em São Petersburgo por tentarem traficar 200 quilos de cocaína, que ilustram essa prática: as acusações foram retiradas quando ambos se alistaram como soldados em uma unidade de assalto. Além disso, a mídia local relatou várias histórias de supostos assassinos, estupradores e ladrões que trocaram a prisão pelo campo de batalha.

Impacto econômico como motor para ingressar no exército russo

Além disso, a anistia não é o único incentivo. Desde dezembro, a nova lei permite perdoar dívidas de até 10 milhões de rublos (quase 100.000 dólares) para devedores que aceitarem ingressar no exército. Isso inclui homens com atrasos significativos em pagamentos de pensão alimentícia.

Por outro lado, para as autoridades, essa abordagem não apenas ajuda a preencher as fileiras, mas também representa uma economia considerável em comparação com os altos bônus oferecidos aos voluntários civis.

Imigrantes no front

Segundo o meio de comunicação americano, outra fonte de soldados são os imigrantes recém-naturalizados, que são alvos de batidas em mercados, estações e armazéns. Muitos são levados para escritórios de recrutamento e enfrentam a ameaça de perder a cidadania se não se registrarem para o serviço militar.

A esse respeito, em regiões como Sverdlovsk, foram relatados casos de homens imigrantes detidos e forçados a assinar contratos “após procedimentos confusos e coercitivos”. Em alguns lugares, a falta de infraestrutura de transporte complica ainda mais a situação para aqueles que tentam resistir.

A prisão como fonte de recrutas para o exército russo

O sistema penitenciário russo, com capacidade para 106.000 presos, também tem sido uma ferramenta fundamental para o recrutamento. Durante campanhas anteriores, a população carcerária foi significativamente reduzida ao oferecer aos prisioneiros a opção de combater.

Mesmo assim, está se produzindo uma distopia que só poderia ocorrer em um conflito: as autoridades agora buscam encher novamente as prisões, pressionando os suspeitos para que se alistem antes de serem condenados. Aqueles que rejeitam essa opção enfrentam ameaças de longos períodos de detenção ou julgamentos prolongados.

Rússia aceita figuras públicas e funcionários corruptos no exército

Essa é a última etapa do recrutamento. O uso do exército como uma forma de “limpar” reputações alcançou políticos e figuras públicas. Em Vladivostok, por exemplo, ex-prefeitos e funcionários condenados por corrupção optaram por se alistar, alguns até se juntando a batalhões privilegiados onde os riscos de combate são minimizados.

E, sim, essa prática gerou críticas de cidadãos e analistas que consideram inaceitável permitir que ladrões e corruptos evitem a prisão, enquanto soldados comuns enfrentam os perigos da guerra.

Prisão ou guerra

Para muitos, a decisão de se alistar não é voluntária, mas uma escolha forçada entre dois cenários igualmente sombrios. As condições das prisões russas, descritas como “horríveis” por organizações de direitos humanos, fazem com que o front pareça uma opção menos desesperadora.

Nesse sentido, o dilema é perfeitamente ilustrado por figuras como o ex-medalhista olímpico Andrey Perlov, que, aos 62 anos, enfrenta pressões constantes para se juntar ao exército sob a ameaça de permanecer indefinidamente na prisão por acusações de peculato.

Custo humano e ética

Obviamente, o recrutamento em massa por meio dessas medidas gerou um impacto profundo na sociedade russa. Por um lado, a desconexão entre crime e punição ameaça aumentar a criminalidade a longo prazo, ao enfraquecer a percepção do sistema judicial.

Mas, por outro lado, e igualmente importante, as famílias dos soldados enfrentam dilemas morais e econômicos, ponderando os perigos do front contra as condições opressivas das prisões. Enquanto isso, analistas criticam o uso do exército como uma ferramenta para resolver problemas sociais e políticos internos.

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