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Conheça uma das histórias mais surpreendentes das Forças Armadas brasileiras e descubra como essa profissão pode mudar destinos

Histórias que transformam vidas! Descubra um relato incrível dentro das Forças Armadas do Brasil

por Noel Budeguer
11/02/2025
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Para muitos, ser militar é a realização de um sonho. Para o Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Josué Azevedo da Silva e para o Terceiro-Sargento (Especializado em Aviação) Josias Azevedo da Silva, irmãos gêmeos de 32 anos, o sonho era também da mãe, Rosana. Quando os irmãos tinham quatro anos, a mãe teve um sonho – nele, Josué vestia uma farda branca e Josias uma farda azul, os dois já adultos. Marinha

De família humilde e muito religiosa, os irmãos começaram a trabalhar aos 13 anos. “Éramos muito pobres, meu pai trabalhava de motorista de ônibus, a gente não tinha condição de ter as coisas, faltava comida, nossas roupas nunca eram compradas, sempre recebemos doações. A gente usava fios elétricos para prender as calças que ganhávamos, como cinto, porque não tínhamos. Durante um período longo, a gente só tinha um par de tênis, que era dividido – eu estudava de manhã, com o tênis, e, quando chegava em casa, meu irmão pegava para estudar à tarde”, lembra o Terceiro-Sargento  (FN) Azevedo, que hoje serve no 1º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro (RJ).

Para ajudar a família, ele e o irmão começaram a realizar diversos trabalhos: foram auxiliares de obra, carregando areia e pedra para dentro das casas, capinavam terrenos, foram garçons, entre outros. “A rotina era sempre isso. Ir e voltar da escola, brincar um pouco, trabalhar, ir para a igreja. A maior parte do tempo foi assim. Mesmo assim, nossa infância foi muito boa em termos de aproveitar, brincar como dava, ver uma televisão emprestada. (…) A gente também sonhava em ser jogador de futebol”, diz ele. Com 15 anos, passaram em um teste para jogar futebol pelo Bangu (time carioca).

Os gêmeos Josias e Josué – Imagem: Arquivo Pessoal

Aos 16, durante um dos muitos serviços como auxiliares de obra, uma surpresa. Uma mulher que nunca tinha visto passou por eles e disse: “vi algo extraordinário para a vida de vocês. Você (apontando para Azevedo) com uma farda toda branca. Você (para Josias) eu vi com uma farda azul, mas depois ainda vai realizar o seu propósito”. A partir daquele momento, lembrando do sonho da mãe, pararam de jogar futebol e foram em busca do verdadeiro sonho: ser da Marinha. “Começamos a ir para lan houses, olhar editais, matérias que a gente precisava estudar, ver vídeos da Marinha – que eram uma grande motivação, porque qualquer pessoa preta, parecida com a gente, a gente brincava ‘esse aqui sou eu, esse aqui é você’, o que aumentava a nossa vontade. Era um desejo que ninguém poderia tirar. Mas a gente não sabia nem por onde começar“, conta o Terceiro-Sargento (FN) Azevedo.

Na época, o sobrinho, filho da irmã mais velha, foi diagnosticado com câncer e fazia um tratamento no Instituto Nacional de Câncer (INCA), na Avenida Brasil, próximo aos quartéis da Marinha do Brasil (MB). A avó, toda vez que o levava, via os homens fardados, “com a farda toda cheia de detalhes“, e dizia que um dia aqueles homens não seriam desconhecidos, mas os filhos dela. Durante o tratamento, o INCA, associado à Casa Ronald McDonald, doava cestas básicas para os necessitados.

Os irmãos eram os responsáveis por buscá-las para a família. Nestes dias, recebiam do Instituto um “tíquete“ simbólico de R$ 15  para ser trocado em um dos três setores: alimentação, roupas (doadas) ou em uma biblioteca de livros também doados. “Na primeira vez, a gente comeu um lanche. Na segunda, a gente pegou uma camiseta e um par de tênis, porque meu irmão estava usando o sapato do meu pai. Na terceira, meu irmão disse ‘não vamos pegar lanche não, vamos nos alimentar de livros agora para amanhã a gente comer o que quiser’. Essa frase está na minha cabeça até hoje“, se emociona o Sargento Azevedo.

Para o Terceiro-Sargento (Especializado em Aviação) Josias, aquele foi um momento de desespero. “A gente sabia das incertezas que tínhamos durante a nossa juventude e da dificuldade do desemprego dos nossos pais. Por isso, acendeu um alerta para que tivéssemos um futuro melhor“.  Foi quando começaram a pegar livros para estudar para a Força Naval em casa. Na primeira tentativa, acordaram às 3h para ir até o Maracanã, local da prova, com um copo de café, alguns poucos biscoitos, um lápis que quebraram ao meio para dividir entre si, caneta e uma prancheta doada. Não passaram, mas continuaram em uma rotina que envolvia escola, igreja e estudo para a prova, as vezes até de madrugada.

“Na segunda prova, no Engenhão, em 2011, eu saí dizendo para a minha mãe que ia passar. E eu passei (para o Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais). Infelizmente, meu irmão não passou. Foi aí que ele se alistou para Serviço Militar Obrigatório e foi servir na Aeronáutica“, lembra o Terceiro-Sargento (FN) Azevedo.

A imagem do sonho da mãe estava realizada, mas a motivação de estudar para a Marinha não acabou. Foram pouco mais de dois anos na Força Aérea Brasileira antes de o agora Sargento Josias ser aprovado para o curso na Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará, realizado em 2014. “Meu irmão me influenciou positivamente e foi uma fonte de inspiração. Ele sempre teve coragem de lutar“, ressalta ele. “O sentimento que eu tenho é de muita gratidão e emoção. Estar ao lado do meu irmão nessa carreira brilhante era um sonho que tínhamos desde os 4 anos. Porém, tudo começou com um sonho da minha querida mãe e as orações do meu pai.

Apesar dos desafios que eu e meu irmão enfrentamos, ambos acreditávamos que tudo era possível. Esse sentimento de estarmos na mesma Força é incrível. O companheirismo e amizade que temos um com o outro fortalecem ainda mais a nossa jornada e nossa carreira. E termos alcançado essa vitória de sermos Sargentos da gloriosa Marinha do Brasil é uma experiência muito gratificante para nós dois. Enfim, só tenho a agradecer a Deus por essa conquista“. Na última sexta-feira, 14 de junho, Josias se formou Terceiro-Sargento (Especializado em Aviação) no Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira (CIAAN), em São Pedro da Aldeia (RJ), onde aguarda o início do estágio que encerrará o Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento.

Josias, na Força Aérea Brasileira, e Josué, já na Marinha – Crédito: Arquivo Pessoal

O Terceiro-Sargento (FN) Azevedo reforça a alegria de estar junto do irmão, ambos como Sargentos da MB. “É algo realmente especial e único. Dividir essa carreira e esses momentos de conquista cria uma ligação ainda mais forte entre nós, pois saímos juntos nessa jornada e chegamos juntos. Ver ele se formando (…) foi sem dúvida um marco de orgulho e alegria, não só pelo esforço e dedicação que isso representa, mas também pelo caminho que trilhamos juntos. Essa experiência trouxe um sentimento de realização e satisfação (…). É uma celebração do compromisso, tanto com a Marinha quanto um com o outro, e um testemunho de perseverança e companheirismo“.

Ingresso na Marinha

“As pessoas devem acreditar em si. As perspectivas de vida para pessoas como eu e meu irmão eram praticamente nulas, ninguém acreditava na gente (…) nem comida a gente tinha direito. A gente estudou sempre em casa. Durante esse processo, largamos tudo. A gente priorizou muito construir uma carreira porque a gente via a dificuldade do nosso pai, então a gente precisava buscar isso para as nossas vidas. (…) Hoje eu sou militar, sou Operações Especiais, Paraquedista, Saltador Livre, Montanha (…) tenho diversos cursos operacionais pela Marinha porque me esforcei e estudei em casa. Não é impossível“, finaliza o Terceiro-Sargento (FN) Azevedo.

As 20 formas de ingresso existentes para aqueles que também buscam a carreira militar-naval são distribuídas entre os níveis fundamental, médio, médio técnico e superior. Os concursos são voltados tanto para a seleção de candidatos que seguirão a carreira militar como para o Serviço Militar Voluntário (SMV) de militares temporários.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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