Por ocasião da epidemia de Covid-19, as redes sociais, principalmente o X, antigo Twitter, foram palco de uma enxurrada de declarações pró vacina. Postagens com os dizeres “ciência acima de tudo”, “vacinação é um dever” e “negacionismo mata” foram (e ainda são) muito comuns nas redes, sobretudo entre apoiadores do governo. No entanto, parece que, na prática, a realidade é diferente. De acordo com o analista político Thomas Queiroz, nada menos que 14 ministros do governo Lula simplesmente não tomaram o reforço da vacina contra a Covid-19. Isso contraria a orientação do próprio governo e do Ministério da Saúde.
Além disso, chamou a atenção o fato de que, entre os nomes, está Geraldo Alckmin, que, além de vice-presidente, é médico. Seria apenas um descuido ou uma mudança súbita de opinião sobre a vacina?
Os Ministros que ignoraram a vacina
A lista divulgada pelo analista político não é pequena e inclui ministros de diversas áreas. Além da ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade (67 anos), os outros 14 membros do alto escalão de Lula que deixaram de se vacinar são:
- José Múcio (Defesa), 76 anos – Não tomou os reforços de 2023 e 2024.
- Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), 76 anos – Deixou passar um dos dois reforços em 2024.
- General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional), 67 anos – Não tomou doses de reforço em 2022 e 2024.
- Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), 66 anos – Passou longe dos reforços em 2024.
- Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), 65 anos – Nenhuma dose de reforço em 2024.
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), 63 anos – Também ignorou os dois reforços de 2024.
- Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), 63 anos – Não se vacina desde 2022.
- André de Paula (Pesca e Aquicultura), 63 anos – Nada de reforço em 2024.
- Margareth Menezes (Cultura), 62 anos – Não tomou as doses de 2023 nem de 2024.
- Cida Gonçalves (Mulheres), 62 anos – Esqueceu dos reforços em 2024.
- Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), 62 anos – Também ficou de fora da vacinação em 2024.
- Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), 61 anos – Nenhuma dose de reforço em 2024.
- Fernando Haddad (Fazenda), 61 anos – Nada de vacina em 2023 e 2024.
- Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), 72 anos – Nenhuma dose de reforço em 2024.
Cobrança para uns, isenção para outros?
O detalhe curioso (e polêmico) é que o governo gastou milhões em campanhas de conscientização, insistindo que a vacinação era um compromisso moral e de saúde pública. O próprio Lula chamou de “negacionistas” aqueles que hesitavam em se vacinar. Soma-se a isso o fato de que o atual governo registrou prejuízos bilionários com vacinas vencidas. Por isso, a pergunta que fica é: como explicar esse desleixo dentro do próprio governo?
Nos comentários do próprio instagram de Thomas Queiroz, muitos internautas questionam se os próprios ministros de Lula não confiam na vacina que tanto defenderam. Um internauta perguntou: “Será que sabiam dos efeitos colaterais e preferiram evitar?” Outro usuário questionou se os ministros não achavam tão essencial se imunizar quanto declaravam.
Independentemente da resposta, a incoerência é gritante. Enquanto a população foi pressionada a se vacinar, sob risco de perder emprego, ser barrada em locais públicos e até chamada de “anticientífica“, os ministros do governo Lula aparentemente tinham um critério diferente para si mesmos e para a aplicação da vacina.