O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, avisou ao presidente Lula que permanecerá no cargo. A informação foi divulgada em primeira mão pelo jornal O Globo nesta segunda-feira, 3 de fevereiro.
Segundo interlocutores ouvidos pela repórter Geralda Doca, Múcio já havia inclusive esvaziado as gavetas do seu gabinete até ocorrer a conversa definitiva com o presidente da República, na última sexta-feira, 31 de janeiro. Mas Lula não aceitou a demissão do amigo e pediu que ele permaneça pelo menos até o fim de 2025.
Múcio havia pedido para deixar a pasta no final do ano passado, após sucessivos desgastes que envolveram a inclusão dos militares no pacote de corte de gastos e o polêmico vídeo da Marinha que quase custou a cabeça do Comandante, Marcos Sampaio Olsen.
O ministro confirmou publicamente que tinha intenção de sair, por questões de saúde e por pressão de familiares, mas afirmou que a decisão final seria de Lula, a quem tem muita lealdade. “Meu partido se chama Lula. Faço o que ele mandar”, disse a jornalistas.
No decorrer do ano, a prioridade número 1 do ministro será a aprovação da PEC 42/2023. Batizada de PEC dos Militares, a Proposta de Emenda à Constituição transfere automaticamente para a reserva os militares das Forças Armadas que se candidatarem nas eleições.
De autoria do senador Jaques Wagner (PT/BA) e relatoria de Jorge Kajuru (PSB/GO), o texto, que está parado aguardando deliberação do Plenário desde 20 de fevereiro de 2024, visa à despolitizar as Forças Armadas e tem o apoio de Múcio, dos Comandantes das Forças Armadas, da presidente do STM (Superior Tribunal Militar) e do ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, que publicou artigo de opinião em defesa da medida no último 2 de fevereiro.
A permanência de Múcio foi um alívio para a cúpula das Forças Armadas. O ministro é visto como alguém de muita força para defender os interesses dos quarteis justamente por ser amigo pessoal de Lula. Para substituí-lo estavam cotados os nomes de Geraldo Alckmin, Rodrigo Pacheco e Ricardo Lewandowski.