A França emerge como potencial líder mundial ao oferecer seu arsenal nuclear para proteger a Europa. O presidente Emmanuel Macron propõe uma nova estratégia de segurança continental diante da incerteza sobre o apoio dos EUA.
Nessa semana, Macron declarou estar pronto para discutir o uso das ogivas nucleares francesas em defesa da Europa contra ameaças russas. A França possui o quarto maior arsenal nuclear do mundo, atrás apenas dos EUA, Rússia e China.
A proposta surge em meio a especulações sobre uma possível aliança entre Donald Trump e Vladimir Putin, enquanto que os EUA ameaçam abandonar os aliados europeus da OTAN caso vença as eleições presidenciais americanas.
França quer protagonismo mundial
O líder francês considera deslocar caças Rafale equipados com mísseis nucleares para bases na Alemanha. Essa movimentação visa criar uma “ambiguidade diplomática” diante do Kremlin e reforçar a posição estratégica da França.
A iniciativa de Macron reacende o debate sobre a autonomia nuclear europeia dentro da OTAN. Enquanto isso, o Reino Unido, potência nuclear da aliança, pode apoiar politicamente a ideia francesa.
Críticos, como Marine Le Pen, argumentam que a dissuasão nuclear francesa deve permanecer exclusivamente francesa. A oposição teme o compartilhamento ou delegação do arsenal nuclear.
A disparidade numérica entre os arsenais das potências nucleares pesa na equação. A Rússia possui cerca de 1.710 ogivas prontas para uso, enquanto a França conta com apenas 290.
Um eventual conflito nuclear entre Europa e Rússia dificilmente se restringiria ao continente. A cláusula de defesa mútua da OTAN prevê a intervenção dos EUA em caso de ataque a qualquer membro.