A Índia deu um passo significativo na corrida pela tecnologia de armas de energia dirigida ao desenvolver um sistema a laser de 300 kW com alcance de 20 quilômetros. O novo armamento, batizado de Surya, está sendo desenvolvido pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia (DRDO) e promete reforçar a capacidade militar do país diante de ameaças aéreas, como drones e mísseis. A informação foi divulgada pelo site Army Recognition, com base em uma publicação feita pelo portal de defesa indiano IADN Centre em sua conta oficial no Facebook no dia 9 de março de 2025.
O Surya é projetado para desativar alvos aéreos por meio de um feixe de energia altamente concentrado, garantindo uma resposta rápida e eficiente contra ataques inimigos. Com essa tecnologia, a Índia entra para um seleto grupo de países que investem em armas de alta potência baseadas em laser, como os Estados Unidos, China, Rússia e Israel. O sistema, segundo especialistas, é uma resposta à crescente ameaça dos drones e projéteis de longo alcance, cada vez mais usados em conflitos modernos.
Com potência de 300 kW, o Surya supera vários modelos já desenvolvidos por outras nações e se torna um dos mais avançados do mundo. O alto nível de precisão da tecnologia permite que o sistema neutralize alvos em movimento sem a necessidade de munições físicas, reduzindo os custos operacionais e eliminando a possibilidade de danos colaterais. Essa vantagem torna as armas de energia dirigida cada vez mais estratégicas na defesa moderna, especialmente para combater enxames de drones e mísseis hipersônicos.
Concorrência internacional no desenvolvimento de armas a laser
Os Estados Unidos lideram o desenvolvimento de armas de energia dirigida há anos e possuem sistemas como o High Energy Laser Weapon System (HELWS), usado para interceptar drones, foguetes e projéteis de artilharia. Outra tecnologia notável do país foi a LaWS (Laser Weapon System), testada no Golfo Pérsico, e que abriu caminho para projetos mais ambiciosos, como o AN/SEQ-3, que pode atingir 150 kW e tem previsão de evolução para 500 kW.
A China também está na corrida pela superioridade no setor e já desenvolveu modelos como o ZKZM-500, um rifle a laser de 50 kW, e o Sheng-1, que conta com 100 kW de potência e pode atingir alvos a 2 km de distância. Relatórios indicam que o país busca criar um sistema capaz de atingir alvos a até 50 km, o que tornaria sua tecnologia uma das mais avançadas do mundo.
A Rússia, por sua vez, demonstrou avanços significativos com o Peresvet, sistema revelado em 2018 e que, segundo especulações, pode ser um armamento de ataque a satélites. O país também investe no desenvolvimento de lasers voltados para defesa antiaérea e combate a drones, com aplicações tanto terrestres quanto espaciais.
O impacto estratégico do Surya para a defesa indiana
Israel, outro país com forte presença na tecnologia de defesa, como mencionado aqui no portal Sociedade Militar, desenvolveu o Iron Beam, um sistema com laser de aproximadamente 100 kW, voltado para interceptação de foguetes de curto alcance, morteiros e drones. Apesar de sua eficiência, ele ainda não atinge o nível de potência do Surya, que se posiciona como um dos mais promissores do setor.
As armas a laser oferecem vantagens estratégicas importantes, como o custo operacional reduzido em comparação com sistemas convencionais de mísseis e artilharia. Depois de desenvolvidas, essas tecnologias possuem um custo por disparo extremamente baixo, já que utilizam apenas energia elétrica para funcionamento. Isso as torna uma alternativa viável para defesa contra múltiplos alvos, como ocorre em ataques coordenados de drones.
Além disso, a velocidade do laser é outro fator determinante, pois ele atinge o alvo na velocidade da luz, sem margem para atrasos no impacto. Esse nível de precisão aumenta as chances de neutralizar ameaças em tempo hábil, especialmente em cenários de guerra moderna, onde os ataques são cada vez mais rápidos e imprevisíveis.
Índia avança no cenário global de defesa tecnológica
O desenvolvimento do Surya coloca a Índia em posição de destaque no cenário global de defesa. Embora o país ainda não tenha alcançado o nível tecnológico dos Estados Unidos e da China, o projeto da DRDO demonstra um avanço significativo no setor e reforça a estratégia indiana de modernizar suas forças armadas com equipamentos de última geração.
O investimento contínuo da Índia em tecnologia de energia dirigida indica que o país está focado em consolidar sua posição como uma potência militar emergente. A crescente adoção de armas a laser no mundo reforça a importância dessa inovação, que promete transformar o futuro dos combates aéreos e das estratégias de defesa.
Com o Surya, a Índia não apenas fortalece sua segurança nacional, mas também se posiciona como um dos protagonistas no avanço das armas do futuro. A tecnologia de energia dirigida, antes restrita a superpotências militares, agora faz parte do arsenal de defesa indiano e pode redefinir a dinâmica do combate moderno.