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Obra de R$ 87 milhões jogados fora? Marinha do Brasil promete transformar abandono milionário do Banco Central em um centro estratégico na avenida Rio Branco

Após anos de abandono, Marinha do Brasil quer transformar obra de R$ 87 milhões jogados fora do Banco Central em um centro estratégico militar

por Flavia Marinho
03/03/2025
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A nova sede do Banco Central no Rio de Janeiro, que deveria simbolizar modernização e eficiência, tornou-se um exemplo emblemático de desperdício e impasse burocrático. Após consumir R$ 87,5 milhões e permanecer inacabada desde 2019, a estrutura pode agora ganhar um novo propósito sob o comando da Marinha do Brasil. A possível transferência do prédio para as forças militares não apenas promete dar um destino estratégico à obra paralisada, mas também pode gerar impactos econômicos e logísticos significativos para a zona portuária.

Entenda os motivos por trás da interrupção, os desafios enfrentados e como a Marinha pretende transformar esse espaço em um polo militar e administrativo essencial para suas operações.

Marinha do Brasil pode assumir construção inacabada do Banco Central no Rio de Janeiro. Obra paralisada desde 2019 consumiu R$ 87 milhões dos cofres brasileiro

O Banco Central (BC) está em negociação com a Marinha do Brasil para a transferência da estrutura inacabada de sua nova sede, localizada na zona portuária do Rio de Janeiro. A construção, iniciada em 2010, deveria ter sido concluída até 2013, mas foi interrompida em 2019, após consumir R$ 87,5 milhões. Agora, a Marinha pretende utilizar o local para abrigar diversas unidades militares e otimizar seus serviços na região.

O impasse em torno da obra se arrasta há anos devido a problemas como achados arqueológicos durante as escavações, dificuldades na obtenção de licenças e a recuperação judicial da construtora responsável. Diante disso, o BC suspendeu os investimentos e, em 2022, retirou definitivamente o projeto do orçamento federal.

Com a possibilidade de transferência, a Marinha iniciou um processo licitatório para desenvolver o projeto básico de finalização do prédio. A ideia é aproveitar a estrutura para instalar organizações militares voltadas ao atendimento do público, ampliando sua presença na cidade e garantindo eficiência operacional. A formalização da cessão ainda aguarda parecer da Superintendência do Patrimônio da União.

Banco Central continuará utilizando parte da estrutura

Apesar das negociações para que a Marinha assuma a construção, o Banco Central pretende manter a ocupação de parte do edifício. O objetivo é transferir para o novo espaço o Departamento de Meio Circulante (Mecir), responsável pelo recebimento e distribuição das cédulas e moedas emitidas pela Casa da Moeda.

Desde a década de 1970, o BC busca alternativas para realocar o Mecir, atualmente instalado em um prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na avenida Rio Branco. A preservação do edifício impede a modernização da estrutura e dificulta a construção de casas-fortes para armazenar valores, além de restringir a operação da área de destruição de cédulas desgastadas.

Outro fator determinante para a mudança é o impacto que o transporte de dinheiro causa no trânsito da região central do Rio. A escolha da zona portuária para a nova instalação considerou a infraestrutura do local, que dispõe de vias mais largas e melhor logística para movimentação de valores em grande escala.

Mudanças no projeto e falta de verbas e superfaturamento resultaram na paralisação da construção

A construção da nova sede do Banco Central foi inicialmente concebida como um dos projetos estratégicos da revitalização da zona portuária. No entanto, o terreno escolhido estava situado em uma área de preservação histórico-ambiental, o que impunha restrições à altura dos edifícios, limitando-os a três andares.

Para viabilizar o projeto, a legislação urbanística foi alterada, permitindo a ampliação da estrutura para sete pavimentos. O BC contratou a construtora Engefort para executar as obras, prevendo uma expansão do contrato assim que as novas diretrizes fossem aprovadas. Com a liberação em 2012, a empreiteira iniciou a construção completa, mas os recursos disponíveis só foram suficientes para erguer a estrutura de concreto armado e parte dos acabamentos.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no mesmo ano identificou um possível sobrepreço de R$ 23 milhões na licitação da obra. Alguns servidores chegaram a ser penalizados, mas posteriormente a punição foi anulada, pois o órgão concluiu que os responsáveis não tinham função direta na fiscalização do contrato.

O Ministério Público Federal (MPF) também analisou o caso, mas arquivou a investigação depois que o Banco Central justificou que a interrupção ocorreu exclusivamente por falta de verbas. Em nota, o BC esclareceu que não houve previsão orçamentária para dar continuidade à obra em 2020 e que, em 2022, optou por buscar novos destinos para a estrutura.

Marinha do Brasil prevê economia e impacto positivo para o Rio de Janeiro

Caso a transferência do prédio seja formalizada, a Marinha pretende utilizar a estrutura para concentrar várias de suas unidades, hoje dispersas em diferentes pontos do Rio de Janeiro. A proposta visa reduzir custos operacionais e otimizar o funcionamento dos serviços militares.

Dentre as instalações previstas para o local, destacam-se:

  • Diretoria de Portos e Costas (DPC)
  • Caixa de Construções de Casas para o Pessoal da Marinha (CCCPM)
  • Centro de Comunicação Social da Marinha no Rio de Janeiro (CCSM-Rio)
  • Serviço de Veteranos e Pensionistas da Marinha (SVPM)
  • Instituto Naval de Pós-Graduação (INPG)
  • Procuradoria Especial da Marinha (PEM)
  • Biblioteca da Marinha
  • Departamento de Veteranos do Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN-70)

Com a centralização dessas unidades, a Marinha do Brasil espera diminuir os gastos com aluguéis, manutenção e serviços administrativos, além de melhorar a integração entre os setores. Em comunicado, a instituição destacou que a reestruturação possibilitará um aproveitamento mais eficiente da força de trabalho.

Além das vantagens logísticas e financeiras, a presença da Marinha na zona portuária tem potencial para impulsionar a economia local. A estimativa é que aproximadamente 1.090 militares e cerca de 1.000 visitantes circulem diariamente pelo complexo, gerando maior movimentação comercial e beneficiando o desenvolvimento da região.

A decisão final sobre a destinação do imóvel ainda depende da avaliação dos órgãos responsáveis. No entanto, a possível reutilização da estrutura por forças militares representa uma alternativa estratégica para evitar que o investimento já realizado se torne um prejuízo definitivo para os cofres públicos.

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