A ascensão das capacidades militares da China está causando preocupação no cenário internacional. Em visita oficial ao Japão nesta terça-feira (8), o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, classificou a expansão militar do país asiático como “assombrosa” e destacou o avanço acelerado das forças armadas chinesas.
Durante entrevista ao jornal Japan Times, Rutte alertou que o crescimento dos investimentos chineses na indústria de defesa e no desenvolvimento de tecnologias militares exige atenção da comunidade internacional. “Não sejamos ingênuos a respeito da China”, afirmou o secretário-geral, reforçando a importância de uma vigilância constante sobre os desdobramentos estratégicos na região.
A visita de Rutte ao Japão faz parte de uma movimentação mais ampla da Otan para projetar sua influência na região da Ásia-Pacífico. A agenda do dirigente inclui encontros com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, além de visitas a instalações militares, como a base naval de Yokosuka, ao sul de Tóquio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado os aliados da Otan, especialmente os europeus, para que ampliem seus investimentos em defesa. Ele também tem demonstrado interesse em que a aliança atue de forma mais ativa na região asiática, não necessariamente com base no artigo 5 do tratado, mas por meio da projeção de poder e apoio estratégico.
Nos últimos anos, a Otan vem estreitando seus vínculos com países como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, convidando líderes dessas nações para reuniões de cúpula e debatendo parcerias mais concretas. “Precisamos ir além das declarações conjuntas”, declarou Rutte.
A informação foi divulgada por “AFP”, que acompanhou a visita do secretário-geral da Otan e publicou os principais trechos de sua declaração à imprensa japonesa.