Por mais difícil que seja imaginar, existem países que não possuem Forças Armadas. Alguns contam apenas com forças policiais para garantir sua segurança interna, enquanto outros firmam acordos com nações específicas para garantir a defesa, caso necessário.
Os exércitos surgiram por volta de 2500 a.C., sendo os primeiros registros encontrados na região que hoje corresponde ao Irã e parte do Iraque. Com a necessidade de consolidar e expandir as civilizações da Mesopotâmia, a ideia de Forças Armadas começou a ganhar forma, principalmente por conta da importância da estratégia e organização militar.
Segundo a Revista Superinteressante, as primeiras formas de guerra eram extremamente rudimentares. Soldados lutavam com machados, lanças e dardos, e os tanques de guerra da época eram, na verdade, carruagens puxadas por cavalos, usadas para combate e deslocamento rápido.
Mais do que uma estrutura de proteção, as Forças Armadas também representam o patriotismo e a identidade nacional. Sua formação e funcionamento seguem o que está previsto nas Constituições de cada país. Em Estados considerados frágeis, é comum a necessidade de intervenção militar para garantir a estabilidade política e social, além da autonomia nacional.
Forças Armadas na Islândia
Apesar disso, alguns países abriram mão das Forças Armadas. Um exemplo curioso é a Islândia, onde a segurança é mantida por uma força policial. A taxa de homicídios no país está entre as mais baixas do mundo. Em 2009, enquanto o Brasil registrava cerca de 44 mil homicídios, a Islândia teve apenas um. O dado se repete em diversos anos, consolidando o país como um dos mais pacíficos do planeta.
Outro caso interessante é o Tuvalu, um pequeno país localizado no Oceano Pacífico, entre o Havaí e a Austrália, com cerca de 11 mil habitantes. Tuvalu não possui Forças Armadas e mantém sua segurança com uma equipe policial que atua no armamento básico e em atividades de patrulha marítima. O aeroporto local funciona como um parque, tamanha a tranquilidade.
Austrália e apoio com as Forças Armadas
A Austrália, inclusive, presta apoio a Tuvalu no combate a desastres naturais e pandemias, mediante solicitação. Um acordo entre os países também prevê a possibilidade de migração da população de Tuvalu para a Austrália em situações de emergência.
No país, o índice de criminalidade é baixíssimo. Um dos crimes mais recorrentes é a pesca ilegal, especialmente por conta da riqueza das águas territoriais em atum. Pescadores estrangeiros invadem essas áreas, o que pode causar prejuízos econômicos consideráveis.
Desde a sua independência do Reino Unido, no final dos anos 1970, Tuvalu não enfrentou conflitos, rebeliões ou golpes. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu apenas como base aérea temporária para os Estados Unidos em operações contra o Japão, sem envolvimento direto nas batalhas.
Outro Estado que não possui Forças Armadas é o Vaticano. Desde o Tratado de Latrão, firmado em 1929, ficou estabelecido que a Itália é responsável pela proteção do território. Mesmo assim, o Vaticano conta com duas forças de segurança: a Guarda Suíça Pontifícia, criada no início dos anos 1500 e responsável exclusivamente pela segurança do Papa — composta por cidadãos suíços com idades entre 19 e 30 anos —, e a Gendarmaria Vaticana, que atua na manutenção da ordem pública e proteção dos locais sagrados.
Exército que protege o papa
A Guarda Suíça é o exército responsável pela proteção do Papa. Além disso, também é responsável por oferecer honras, não apenas a primeiros-ministros, como também a presidentes e embaixadores.
É importante lembrar que a Guarda Suíça iniciou a proteção junto à Igreja Católica em 1506. Para participar da Guarda, é necessário cumprir alguns critérios, como atender aos requisitos de cidadania e altura. A altura mínima exigida é de 1,74m, e a idade deve estar entre 19 e 30 anos.
Os componentes também precisam ser solteiros, possuir cidadania suíça e ter diploma de nível médio ou superior. É fundamental, ainda, que tenham concluído o treinamento básico no Exército da Suíça. A carteira de motorista também é um dos requisitos obrigatórios.