Uma aeronave silenciosa, veloz e sem piloto humano a bordo, capaz de voar por seis horas seguidas, carregar até 60 quilos de equipamentos e ainda mapear terrenos inteiros em tempo real.
Parece coisa de filme de ficção científica, mas esse “helicóptero-robô” foi testado bem aqui, em solo brasileiro, por forças armadas e agentes de segurança.
No dia 22 de abril de 2025, a Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, se transformou em um palco de demonstração tecnológica de alto nível.
A empresa suíça ANAVIA, que faz parte da gigante internacional de defesa EDGE, apresentou oficialmente ao Brasil o HT-100, um helicóptero não tripulado de última geração, voltado para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).
O equipamento, que mais parece um drone gigante, foi colocado em operação diante de representantes das Forças Armadas, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, além de empresas dos setores de segurança, siderurgia, agropecuária e energia.
Voo tático e precisão europeia
Conforme divulgado pelo portal ”AEROIN”, a principal mensagem do evento foi clara: o HT-100 não é apenas mais um drone militar, é uma plataforma autônoma pronta para operar em cenários complexos, tanto na defesa quanto na segurança pública e em setores estratégicos da economia.
Durante o teste, o helicóptero entrou em operação apenas 15 minutos após sua ativação, demonstrando um tempo de prontidão impressionante.
O modelo executou um perfil de voo altamente técnico, com manobras que incluíram voos estacionários, deslocamentos em baixa velocidade e altitude, figuras de oito e órbitas circulares.
Além disso, mostrou versatilidade ao realizar tanto voos visuais (VLOS) quanto além da linha de visada (BVLOS), reforçando seu potencial de operação mesmo em áreas sem cobertura visual direta.
Essas características fazem do HT-100 uma solução ideal para áreas como patrulhamento de fronteiras, monitoramento de rodovias, segurança de grandes eventos e até missões em regiões remotas da Amazônia.
Tecnologia europeia com foco na América Latina
Segundo Tiago Silva, CEO da EDGE América Latina, o HT-100 é uma solução robusta e adaptada às demandas específicas da região, com capacidade de operar sob condições climáticas adversas e em ambientes variados, tanto urbanos quanto rurais.
O helicóptero é equipado com rotores interligados e uma turbina industrial de alto desempenho, que garantem baixo consumo de combustível e vibração reduzida, mesmo em longos períodos de voo.
Com uma autonomia de até seis horas ininterruptas e capacidade de transportar até 60 quilos de carga útil, o HT-100 pode carregar sensores de imagem térmica, câmeras HD, radares de solo, entre outros equipamentos sensíveis.
Esse conjunto tecnológico amplia consideravelmente a consciência situacional dos operadores em solo, permitindo decisões táticas em tempo real com base em imagens e dados altamente precisos.
Alternativa aos helicópteros tripulados
O HT-100 foi apresentado como uma solução promissora para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), especialmente em cenários que exigem discrição e operação prolongada.
Além de ser mais econômico, ele elimina o risco à vida de pilotos em situações perigosas, podendo operar à noite, em locais de difícil acesso e em missões de longa duração.
É uma alternativa real aos helicópteros tripulados, com custo reduzido, menor necessidade logística e alta eficiência operacional.
Segundo Jon Andri Jörg, CEO da ANAVIA, o HT-100 “estabelece um novo padrão na aviação rotativa não tripulada”, com foco em confiabilidade, precisão e eficácia.
Ele reforçou o papel da demonstração no Brasil como parte da missão do grupo EDGE de internacionalizar a inovação europeia, ampliando sua presença em mercados estratégicos como o latino-americano.
Missões militares, civis e comerciais
Além das operações de defesa e policiamento, o HT-100 também é visto como uma solução promissora para o setor privado.
Empresas de segurança patrimonial, mineradoras, fazendas de grande porte, companhias de energia e operadores logísticos podem se beneficiar do mapeamento aéreo preciso e da capacidade de vigilância do equipamento.
Seu voo autônomo e sua capacidade de envio de dados táticos em tempo real o tornam uma ferramenta poderosa para prevenção de roubos, controle de perímetros, inspeções técnicas e ações ambientais.
Com o avanço da regulamentação de aeronaves não tripuladas no Brasil e em países vizinhos, é esperado que plataformas como o HT-100 ganhem cada vez mais espaço.