A Boeing retomou as entregas do avião-tanque KC-46A Pegasus à Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) após uma paralisação de aproximadamente três meses. A suspensão temporária foi necessária após a identificação de fissuras em componentes das superfícies de controle em pelo menos duas aeronaves recém-fabricadas. As falhas foram detectadas durante inspeções técnicas de rotina e exigiram ajustes no cronograma de entregas.
Em declaração publicada pela revista Air & Space Forces Magazine em 19 de maio, Lynn Fox, vice-presidente e gerente do programa KC-46 na Boeing, afirmou que a empresa está comprometida com a retomada segura das entregas do KC-46A à Força Aérea dos Estados Unidos. Fox destacou a relevância estratégica da aeronave para as operações da força aérea e mencionou que a Boeing continuará trabalhando em parceria com a USAF para ampliar e manter a frota.
Retomada das entregas representa um reforço na estratégia de modernização da aviação de apoio logístico das Forças Armadas dos Estados Unidos
No dia 17 de maio de 2025, duas unidades do KC-46A foram entregues à Base Aérea de Travis, na Califórnia. Com essas entregas, o número total de aeronaves desse modelo na base subiu para 11, enquanto a frota total da USAF atingiu 91 unidades em operação. Segundo a Boeing, o problema afetou um número restrito de peças e foi resolvido sem impacto sobre os padrões de segurança de voo. A retomada das entregas representa um reforço na estratégia de modernização da frota de reabastecimento aéreo dos EUA.
O KC-46A Pegasus é uma aeronave de reabastecimento aéreo baseada na plataforma do Boeing 767. Projetado para substituir os modelos mais antigos da USAF, como o KC-135 Stratotanker e o KC-10 Extender, o avião faz parte de um programa estratégico de renovação da aviação de apoio logístico das Forças Armadas dos Estados Unidos. Desde seu lançamento, porém, o projeto enfrentou uma série de contratempos, incluindo atrasos na produção, problemas de qualidade e estouros orçamentários.
Programa KC-46A gera prejuízo bilionário à Boeing, mas segue como prioridade estratégica para a força aérea dos EUA
Até o momento, a Boeing acumula cerca de US$ 7 bilhões em perdas com o programa KC-46A. Esse montante é resultado direto do contrato de preço fixo firmado com o Departamento de Defesa dos EUA, pelo qual a fabricante é responsável por todos os custos excedentes.
Apesar dos desafios financeiros e técnicos, a Boeing e a força aérea dos EUA permanecem comprometidas com o avanço do projeto, que é considerado essencial para a substituição de aeronaves com mais de 60 anos de serviço. Atualmente, o KC-46A está em operação em seis bases principais da USAF, incluindo unidades da Guarda Aérea Nacional (ANG) e da Reserva da Força Aérea (USAFR).
KC-46A consolida parceria entre Boeing e força aérea dos EUA e avança como pilar da modernização militar americana
A aeronave também já participou de missões de longa duração, como no Projeto Magellan, realizado em 2024, quando completou uma circunavegação ininterrupta de 45 horas. A missão demonstrou a autonomia da aeronave e sua importância estratégica para a mobilidade aérea global dos EUA.
Além de sua função principal como avião-tanque, o KC-46A conta com capacidade para transporte de carga, evacuação médica e integração com sistemas avançados de comunicação e controle. Seu projeto incorpora tecnologias modernas voltadas à interoperabilidade e ao suporte a operações conjuntas, o que o torna um componente central na transformação da logística aérea da força aérea americana.
A retomada das entregas em maio de 2025 marca um novo capítulo na parceria entre a Boeing e a USAF. Ambas as instituições seguem trabalhando em conjunto para solucionar deficiências remanescentes e garantir que o KC-46A atenda plenamente às exigências operacionais das missões atuais e futuras. O programa continua sendo um dos pilares da modernização da aviação militar dos Estados Unidos, alinhado às exigências estratégicas do século XXI.
Avião-tanque KC-46 Pegasus da USAF