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Armas que ninguém sabia que existiam: Ucrânia surpreende o mundo ao revelar tecnologia experimental de guerra usada em combate real antes mesmo de ser anunciada

Com drones que vencem interferência eletrônica, lasers operacionais criados em meses e bombas guiadas que caçam jammers, o país virou epicentro da inovação militar global

por Alves Publicado em 12/06/2025
Armas que ninguém sabia que existiam: Ucrânia surpreende o mundo ao revelar tecnologia experimental de guerra usada em combate real antes mesmo de ser anunciada

No auge da guerra contra a Rússia, a Ucrânia vem se consolidando como o maior campo de testes de armas experimentais do planeta, com tecnologias que incluem drones autônomos, canhões de recuo suave, bombas inteligentes de 1000 kg e lasers antiaéreos, segundo relatos recentes de operações realizadas entre 2023 e 2025.

Com o aumento exponencial de ataques com drones entre 2022 e 2024, saltando de 2.600 para mais de 14 mil em dois anos, as forças ucranianas enfrentaram desafios sem precedentes em neutralizar as defesas russas. Estimativas apontam que 70% das baixas ucranianas atualmente são causadas por ataques com drones, consolidando o uso dessas aeronaves como um dos principais elementos da guerra moderna.

Para contornar os bloqueios eletrônicos russos, o drone MQ-35 VBAT, da empresa americana Shield AI, foi utilizado com sucesso em agosto de 2024. Com decolagem e pouso verticais, capacidade de voar 100 km em território inimigo e um sistema de inteligência artificial chamado HiveMind, o aparelho foi capaz de localizar 11 sistemas de mísseis russos SA-11 sem ser afetado pela guerra eletrônica.

A operação foi considerada um marco por demonstrar que é possível empregar drones autônomos em ambiente de interferência extrema. Os dados transmitidos permitiram que as forças ucranianas destruíssem todos os alvos com foguetes HIMARS, validando o sistema em combate real.

Artilharia leve e bombas ocultas

Outro avanço importante ocorreu com o uso do sistema de artilharia autopropulsado Hawkei. Desenvolvido para operar com mobilidade e agilidade, o sistema emprega uma técnica de “recuo suave” que reduz em 50% o impacto do disparo, permitindo seu uso em plataformas leves como o Humvee. O canhão de 105 mm alcança até 19 km com munição assistida e é capaz de mudar de posição em três minutos.

O sistema foi enviado secretamente à Ucrânia em abril de 2024 e testado após apenas duas semanas de treinamento. Embora os detalhes operacionais sejam classificados, o desempenho em campo foi considerado satisfatório e o equipamento passou a ser oficialmente tratado como “comprovado em combate”.

Em fevereiro de 2025, imagens divulgadas pela força aérea ucraniana revelaram uma versão desconhecida das bombas guiadas JDAM-ER, com carga de 1000 kg. Até então, nem os Estados Unidos nem a fabricante Boeing haviam reconhecido publicamente essa variante. As novas bombas foram usadas por caças Su-27 para atingir alvos em profundidade dentro do território russo.

Contraofensiva à guerra eletrônica e lasers operacionais

Para lidar com os sistemas de interferência russos como o R-330Zh Zhitel e o Krasukha-4, que degradaram a precisão de mísseis e bombas ocidentais, sensores especiais chamados HARA foram acoplados às bombas JDAM-ER. Esses sensores transformam o sinal de interferência em coordenadas de ataque, permitindo que as bombas localizem e destruam a origem da interferência.

Drone militar experimental VBAT em operação sobre território ucraniano, com design de decolagem vertical e inteligência artificial contra guerra eletrônica
Imagem mostra drone VBAT sobrevoando campo de batalha ucraniano, representando o avanço de armas experimentais não divulgadas oficialmente

Paralelamente, engenheiros ucranianos desenvolveram em tempo recorde o Trizub, um sistema de armas laser operacional. O laser é capaz de destruir drones, mísseis e helicópteros a até 5 km, e cegar sensores óticos a até 10 km. Seu custo por disparo, entre US$ 45 e US$ 350, é significativamente inferior ao de mísseis convencionais.

Com isso, a Ucrânia tornou-se o quinto país do mundo a contar com um sistema laser em operação, ao lado dos Estados Unidos, Israel, Reino Unido e Coreia do Sul. O Trizub se destaca pelo curto tempo de desenvolvimento, concluído em poucos meses durante o período de bombardeios intensos.

Corrida militar acelerada pelo combate real

A combinação de necessidade extrema e pressão de combate fez da Ucrânia um polo global de testes militares, onde tecnologias que levariam anos para serem homologadas estão sendo empregadas em questão de semanas. Esse cenário está mudando a forma como alianças militares e potências globais abordam o desenvolvimento de armamentos.

As experiências ucranianas com drones autônomos, munições adaptativas, canhões leves e lasers estão influenciando diretamente programas de defesa em outros países. O campo de batalha na Ucrânia passou a funcionar como um “laboratório de guerra” em tempo real.

A informação foi divulgada por “Realidade Militar” e complementada com dados públicos disponíveis em relatórios de instituições militares e matérias internacionais especializadas em defesa e segurança.

Alves

Alves

Profissional com formação militar adquirida no Exército Brasileiro e experiência nas áreas de gestão administrativa e logística, com atuação no setor industrial, especialmente na indústria cervejeira. Participei do programa Empretec (SEBRAE), voltado à formação de empreendedores com foco em inovação, e sou capacitado em Gestão Financeira, com ênfase em controle orçamentário e apoio à tomada de decisões estratégicas. Atualmente, colaboro com o portal Sociedade Militar, onde escrevo artigos voltados a assuntos militares, defesa, segurança, energia, ciência, tecnologia, inovação e geopolítica. Busco oferecer análises acessíveis, mas tecnicamente embasadas, tanto para profissionais da área quanto para o público geral interessado em assuntos estratégicos e de interesse nacional. Sugestões de pauta ou contato institucional: [email protected]