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Rússia lança míssil supersônico KH-22 contra plataforma no Mar Negro e amplia tensão ao acusar Ucrânia de usar estrutura para controlar drones navais e lançar ataques secretos

Durante uma série de ataques na região, a Rússia disparou um míssil de alta velocidade contra uma plataforma de perfuração próxima à Ilha das Cobras, alegando que o local abrigava comando militar ucraniano com drones explosivos prontos para operação contra a Crimeia

por Alves Publicado em 12/06/2025
Rússia lança míssil supersônico KH-22 contra plataforma no Mar Negro e amplia tensão ao acusar Ucrânia de usar estrutura para controlar drones navais e lançar ataques secretos

Em meio a uma nova onda de ataques com mísseis e drones durante a noite, a Rússia realizou um ataque considerado sem precedentes no Mar Negro ao lançar um míssil KH-22 contra uma plataforma de perfuração operada pela Ucrânia, localizada a leste da Ilha das Cobras. O ataque aconteceu entre a noite de segunda-feira (10) e a madrugada de terça-feira (11) e causou danos significativos à estrutura.

As imagens divulgadas após o ataque mostram que o míssil não atingiu diretamente a plataforma, mas explodiu a poucos metros de distância, liberando uma carga explosiva de grande potência. O KH-22, desenvolvido durante a era soviética, possui uma ogiva de cerca de uma tonelada e é projetado para atingir velocidades superiores a Mach 4,6, dificultando a interceptação por sistemas convencionais de defesa.

A Rússia afirmou que a plataforma estaria sendo usada pela Ucrânia como base para operações militares navais, com instalações de guerra eletrônica, sistemas de comunicação e abastecimento de drones navais não tripulados. O Ministério da Defesa russo alegou ainda que havia militares ucranianos e agentes da Diretoria Principal de Inteligência no local.

Rússia justifica ataque como ação contra ameaça militar ucraniana no Mar Negro

De acordo com o comunicado oficial do governo russo, a decisão de atacar a plataforma teria sido motivada pela suspeita de que a estrutura era usada como um posto avançado para lançamento de embarcações não tripuladas com explosivos, destinadas a atingir alvos estratégicos na Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014.

Plataforma ucraniana perto da Ilha das Cobras foi atingida por míssil russo durante ataques no Mar Negro

O episódio acirra ainda mais a disputa pelo controle da região do Mar Negro, onde ambos os lados têm utilizado tecnologias militares de ponta, incluindo drones marítimos, armas guiadas de precisão e sistemas de interferência eletrônica. A área, de alto valor geopolítico e energético, se tornou palco de operações cada vez mais sofisticadas.

A Ilha das Cobras e seu entorno são considerados pontos estratégicos tanto para vigilância como para o controle de rotas marítimas. A utilização de plataformas energéticas como bases militares levanta preocupações quanto à militarização de estruturas civis em meio ao conflito.

Alta velocidade do KH-22 dificulta defesa e levanta dúvidas sobre proteção da plataforma

Segundo analistas militares, o míssil KH-22, ou sua versão mais moderna KH-32, é extremamente difícil de ser interceptado por sistemas de defesa aérea de curto alcance. Por essa razão, seria necessário empregar armamentos mais robustos, como os sistemas S-300 ou Patriot, para neutralizar um ataque desse tipo, algo considerado inviável de ser instalado em uma plataforma de petróleo.

A ausência de defesa antiaérea no local levanta questionamentos sobre o nível de preparação ucraniano ou mesmo sobre o grau de sigilo da operação militar supostamente montada na plataforma. Especialistas consideram que a Ucrânia pode não ter previsto um ataque direto russo a uma instalação de perfil originalmente civil.

A explosão, embora não tenha atingido diretamente a estrutura, causou danos visíveis e comprometeu parte da operação da plataforma, segundo imagens analisadas. A extensão do prejuízo ainda está sendo apurada, assim como a veracidade das alegações russas sobre o uso militar do local.

Repercussão internacional e acusações de uso de infraestrutura civil como alvo militar

O ataque pode gerar novas discussões internacionais sobre os limites das ações militares em zonas de infraestrutura energética e sobre a legalidade de se atacar estruturas civis supostamente adaptadas para fins bélicos. O uso de plataformas de petróleo como centros de comando e logística militar viola acordos internacionais caso não haja comprovação objetiva do envolvimento direto em operações ofensivas.

Representantes do governo ucraniano ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio, e nenhuma confirmação foi feita quanto à presença de militares ou de equipamentos militares na plataforma atingida. Enquanto isso, a expectativa é que imagens de satélite e novos vídeos auxiliem na confirmação ou refutação das alegações feitas pelo governo russo.

A continuidade do uso de mísseis de longo alcance por parte da Rússia sinaliza uma escalada nas capacidades empregadas no teatro do Mar Negro. A utilização de armamentos originalmente desenvolvidos para enfrentar porta-aviões e grandes navios contra alvos em terra e plataformas reforça a complexidade e a imprevisibilidade do conflito em curso.

A informação foi divulgada por “Águias de aço” e complementada com dados públicos disponíveis em reportagens, vídeos e comunicados oficiais emitidos por fontes governamentais e observadores do conflito no Mar Negro.

Alves

Alves

Profissional com formação militar adquirida no Exército Brasileiro e experiência nas áreas de gestão administrativa e logística, com atuação no setor industrial, especialmente na indústria cervejeira. Participei do programa Empretec (SEBRAE), voltado à formação de empreendedores com foco em inovação, e sou capacitado em Gestão Financeira, com ênfase em controle orçamentário e apoio à tomada de decisões estratégicas. Atualmente, colaboro com o portal Sociedade Militar, onde escrevo artigos voltados a assuntos militares, defesa, segurança, energia, ciência, tecnologia, inovação e geopolítica. Busco oferecer análises acessíveis, mas tecnicamente embasadas, tanto para profissionais da área quanto para o público geral interessado em assuntos estratégicos e de interesse nacional. Sugestões de pauta ou contato institucional: [email protected]