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Marinha oficializa compartilhamento de tecnologia dos mísseis Mansup com a SIATT e Edge Group por 10 anos: Acordo inclui direitos para desenvolvimento, produção, uso, modificações e venda em todo o mundo

Contrato garante à SIATT e ao EDGE Group acesso à tecnologia dos mísseis Mansup e Mansup-ER por 10 anos, com permissão para produção, uso e venda no Brasil e no exterior

por Campos Publicado em 09/06/2025
Marinha oficializa compartilhamento de tecnologia dos mísseis Mansup com a SIATT e Edge Group por 10 anos: Acordo inclui direitos para desenvolvimento, produção, uso, modificações e venda em todo o mundo

A Marinha do Brasil, por meio da Diretoria de Sistemas de Armas, firmou um contrato de 10 anos com a SIATT e com o EDGE Group em que compartilha tecnologia não patenteada do Mansup e do Mansup-ER – os Mísseis Antinavio de Superfície.

Segundo aviso de dispensa de licitação publicado nesta segunda-feira, 9 de junho, no DOU (Diário Oficial da União), o contrato teve início de 2 de abril de 2025 e vai até 2 de abril de 2035.

Até lá, as empresas envolvidas poderão produzir os mísseis, desenvolver melhorias, fazer modificações e usar e vender a tecnologia no Brasil e em outros países mediante pagamento. 

Mansup tem tecnologia nacional

O Míssil Antinavio de Superfície é um investimento da Marinha do Brasil para combates navais em mar aberto contra grande variedade de alvos móveis. 

Toda a infraestrutura de lançamento do projétil é nacionalizada pela SIATT e, desde o princípio, foi imposto que o míssil fosse totalmente compatível com os lançadores e consoles existentes no estoque da Força Naval, como os presentes nas Fragatas Liberal e Constituição, e também que os componentes usados fossem ITAR Free. Ou seja, livres de embargos.

Em entrevista à Agência Marinha de Notícias em setembro de 2022, Robson Duarte, Gerente do Programa do Mansup na SIATT, disse que isso foi possível graças ao uso de tecnologia nacional. “Marinha e o Brasil alcançaram um grau de autonomia conquistado por pouquíssimos países no mundo”.

Já o Almirante de Esquadra José Augusto Vieira da Cunha Menezes, então Diretor-Geral do Material da Marinha, ressaltou a relevância do desenvolvimento de um projeto como esse.

“O MANSUP permitirá à Marinha contar com um armamento eficaz no prazo e na quantidade que se fizer necessária, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e de nossa soberania na Amazônia Azul”.

Algumas características do Mansup

Com alcance de 70 km, o Mansup tem guiagem inercial por radar ativo, cabeça de guerra com high explosive, efeitos sopro e fragmentação e trajetória sea skimming (raspar o mar).

Essa trajetória é uma técnica que faz o projétil voar o mais próximo possível da superfície do mar ao longo do trajeto de maneira a dificultar detecção e interceptação do míssil por radares e sistemas de defesa aérea. Isso porque a superfície marítima pode bloquear ou distorcer as ondas de radar e a baixa altitude dificulta a detecção por sistemas infravermelhos.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.