DESMISTIFICANDO O VOTO DESIDRATADO !!!

_“Te adoro como amigo;
Te amo como irmão;
Te agrado como posso;
Somente no ano de eleição”_ (Djavan Silva).

O hábito de desidratar frutas é antigo e surgiu como uma forma de conservação do alimento. O processo consiste em retirar a água por meio do calor, produzido de forma artificial (câmaras de ar, vapor, estufas ou fornos) ou pela exposição ao sol.

Uma vez desidratados os alimentos se tornam crocantes, práticos e donos de um sabor marcante: ricos em vitaminas e minerais, os alimentos secos podem ajudar a manter o nível de colesterol equilibrado, além de repor nutrientes importantes para o organismo, como zinco e ferro. Todas essas qualidades, porém, costumam ficar em segundo plano quando o consumidor olha as letrinhas miúdas da embalagem e descobre que esses produtos são, em geral, mais calóricos que os _in natura_.

É inevitável que ocorram modificações nos frutos desidratados. Assim ocorre também com o voto desidratado. Voto desidratado? Que diabo é isso? VOTO EM LISTA FECHADA, o antigo/novo golpe da despudorada classe política na sociedade brasileira. Exatamente isso, o voto em lista fechada é um golpe contra a cidadania, bem como contra a democracia na medida em que consiste em retirar a água do atual processo eleitoral (leia-se, retirar a identidade de quem seriam os candidatos) por meio de calor (ou seja, as hordas partidárias é que passariam a decidir por você quem assumiria os cargos eletivos).

Massificando a compreensão: pouco antes das eleições acontecerem, cada quadrilha partidária ficaria com o encargo de definir a sua lista de candidatos aos cargos eletivos (senador, deputado federal, estadual e vereador) em uma determinada ordem: os primeiros da lista têm prioridade, sendo eleitos antes que os demais. Em palavras mais objetivas, AO INVÉS DE VOTAR NO CANDIDATO, VOTARÍAMOS NA LEGENDA PARTIDÁRIA. Essa, por sua vez, é quem teria legitimidade de decidir pelo eleitor quem o representaria no parlamento. Isso só pode ser piada pechelingue político que, se vendo “nu” diante dos fatos revelados na Lava-Jato, a todo custo, luta com todas as armas para salvar, defender seu delitoso mandato. Essa é a grande verdade escondida do incauto eleitor.

Essa história de desidratar o voto é antiga, porém, pelo menos aqui no Brasil, surge como uma forma de conservação do mandato dos parlamentares corruptos, especialmente do “alto clero”. O Deputado Chico Alencar veio a público defender o VOTO EM LISTA FLEXÍVEL, aquele em que os eleitores teriam que conhecer previamente as listas definidas pelas súcias partidárias e decidir em conjunto qual lista votar. Papo prá enganar otário! Como confiar que essa rameirada política vai realmente definir com a sociedade quem merece assumir cargos eletivos? Sic. O nome dos defensores desse sistema, por si só, já descredibiliza o processo, se não vejamos: Eunício Oliveira – Presidente do Senado; Rodrigo Maia – Presidente da Câmara dos Deputados, ambos citados na Lava-Jato; e, para piorar, Gilmar Mendes – Presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Em resumo, propor “voto em lista fechada” ou “voto em lista flexível” na atual conjuntura política É O MESMO QUE PROPOR AMIZADE ENTRE O BOI E A JIBÓIA. Particularmente, eu até aceitaria um ou outro modelo de voto, desde que este deixe de ser obrigatório. Se quer desidratar … tire a compulsoriedade. Será que nossos velhacos políticos aceitariam tal proposta?

Adelmar Marques Marinho foi perfeito em suas conclusões:

“POVO QUE NÃO SABE VOTAR SERÁ SEMPRE ESCRAVO DO REGIME EM QUE VIVE, E PAGARÁ MUITO CARO PELA SUA IGNORÂNCIA”.

Revista Sociedade Militar — Gerson Paulo – Militar da Aeronáutica – Pres. Est. PMBr