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A estratégia de Israel para abater o líder do Hamas em solo iraniano; conheça teoria mais plausível

por Sérvulo Pimentel Publicado em 07/08/2024
A estratégia de Israel para abater o líder do Hamas em solo iraniano; conheça teoria mais plausível

A morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em um ataque israelense no coração de Teerã, capital do Irã, levantou diversas questões sobre a segurança iraniana e a capacidade de Israel de atingir alvos em territórios hostis e protegidos.

A ação ocorreu em julho de 2024.

Mas, afinal, quem era Haniyeh e por que estava no Irã? O canal do YouTube Realidade Militar explora a trajetória de Haniyeh, o impacto de sua morte para o Hamas e as possíveis consequências geopolíticas para o Oriente Médio. Afinal, como Israel realizou esse ataque preciso e o que isso significa para a futura estabilidade da região?

Quem era Ismail Haniyeh?

Nascido em 1962 no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh se juntou ao Hamas nos anos 80 e ascendeu rapidamente nas fileiras da organização. Eleito líder do braço político do Hamas em 2017, Haniyeh era conhecido por todos como o líder geral do grupo.

Sua morte é um duro golpe para o Hamas e um momento humilhante para o Irã, que se apresenta como protetor da Resistência contra Israel. Vale dizer que, segundo os grande os portais de notícias, Ismail Haniyeh vinha buscando um cessar-fogo.

Por que Haniyeh estava no Irã?

Haniyeh estava no Irã para participar da cerimônia de posse do novo presidente, Masoud Pezeshkian, demonstrando os laços estreitos entre o Hamas e o governo iraniano. Sua presença no país não era acidental; ele atuava como uma espécie de embaixador do Hamas.

O ataque ocorreu horas após a posse, quando um míssil atingiu o prédio onde Haniyeh estava hospedado, matando-o junto com outros três líderes do Hamas e vários guarda-costas.

O impacto da morte de Haniyeh

A morte de Haniyeh não foi apenas um golpe para o Hamas, mas também levantou sérias questões sobre a capacidade do Irã de proteger seus aliados. Desde o ataque surpresa do Hamas contra Israel em 7 de outubro do ano passado, o governo israelense jurou eliminar qualquer pessoa envolvida naquele evento.

Haniyeh, embora não estivesse diretamente envolvido nas operações militares, era um alvo de alto valor devido à sua posição de liderança e suas declarações inflamadas.

Como Israel realizou o ataque?

A operação israelense levantou especulações sobre como foi possível atingir um alvo tão protegido no coração do Irã. Uma teoria sugeria que Israel usou reabastecimento aéreo com um avião tanque, mas isso exporia essas aeronaves perto do espaço aéreo inimigo.

Outra teoria propôs o uso de um novo tipo de tanque de combustível externo para estender o alcance do F-35, permitindo que a aeronave descartasse o tanque próximo ao alvo para recuperar suas capacidades furtivas.

Pelo fato de o ataque ter revelado alto nível de precisão, uma vez que o míssil teria atingido exatamente o quarto onde Haniyeh estava hospedado, na casa de hóspedes da Guarda Revolucionária Iraniana, outra teoria sugere ainda que Israel teria usado inteligência muito precisa e tecnologia de ponta para realizar o ataque.

A teoria, segundo o Realidade Militar, faria bastante sentido, mas acabou caindo por água abaixo.

A teoria mais plausível

A investigação do The New York Times, por sua vez, revelou uma abordagem ainda mais engenhosa: um dispositivo explosivo foi secretamente plantado na casa de hóspedes onde Haniyeh costumava ficar em Teerã, cerca de dois meses antes do ataque.

A bomba foi detonada remotamente, atingindo precisamente o quarto de Haniyeh. Este nível de planejamento e execução demonstra uma inteligência e tecnologia de ponta por parte de Israel.

A capacidade de Israel

O sucesso da operação deve-se em parte ao suporte contínuo dos EUA e de outros países europeus, que fornecem peças de reposição e armas guiadas por ar para os F-35 de Israel. Esses aviões de combate, apesar de seu alcance curto, são altamente eficazes em operações precisas devido à sua tecnologia avançada.

Consequências geopolíticas

A morte de Haniyeh, calcula-se, abala as estruturas de poder no Oriente Médio. Como era de esperar, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, jurou vingança, e a situação pode escalar para um conflito regional maior.

Haniyeh, é importante repetir, era o principal negociador nas conversações de cessar-fogo para Gaza, e sua ausência pode dificultar ainda mais a obtenção de um acordo.

Israel, por sua vez, declarou que seu objetivo é a remoção completa do Hamas como autoridade governante em Gaza.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.