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Marinha barra criação de Quadro Especial e critica promoção automática: “Fere isonomia e princípios da carreira militar”

por Sérvulo Pimentel Publicado em 18/09/2024
Marinha barra criação de Quadro Especial e critica promoção automática: “Fere isonomia e princípios da carreira militar”

A Marinha do Brasil se posicionou contra a proposta de criação do Quadro Especial de Graduados da Marinha, apresentada pelo Deputado Federal Albuquerque na Indicação Parlamentar nº 773/2024. A proposta visava conceder a todos os militares do novo quadro a promoção à graduação de suboficial, independentemente de requisitos específicos. A informação foi publicada primeiramente pelo blog Montedo.

Instituição defende meritocracia e isonomia nas promoções

Em resposta oficial, a Marinha argumentou que a proposta é baseada em premissas equivocadas e contraria os princípios de isonomia e meritocracia que regem as promoções na carreira militar. A instituição destaca que a promoção é fruto do reconhecimento por mérito e da conclusão de cursos de capacitação, e não um direito automático.

Quadros Especiais: um caminho alternativo para a progressão na carreira

A Marinha ressalta que os militares dos Quadros Especiais possuem um plano de carreira específico e limitado à graduação de Segundo-Sargento, justificando que a promoção à graduação de Suboficial exige a aprovação em processos seletivos e a conclusão de cursos específicos. E que esse quadro foi criado para permitir que cabos estabilizados, sem os requisitos para promoções mais altas, pudessem atingir a graduação de segundo-sargento, evitando que permanecessem como cabos durante toda a carreira.

Promoção como reconhecimento por mérito e qualificação

“A promoção não é uma ato criado por lei com o exclusivo propósito de presentear os militares, dando−lhes acesso a soldos melhores, e sim uma forma de selecionar militares capazes para ocupar cargos dentro hierarquia militar, os quais vão aumentando de responsabilidade de maneira proporcional à antiguidade, visando o interesse público”, afirma o documento da Marinha.

Proposta fere princípios básicos da carreira militar

Como visto, a instituição enfatiza que a proposta do parlamentar fere o princípio da isonomia, pois concederia vantagens a militares que não cumpriram as mesmas etapas que os demais.

A Marinha conclui que a proposta, ao defender a promoção automática, desconsidera o interesse público e a necessidade de garantir que os militares promovidos possuam a qualificação e a experiência necessárias para o exercício das suas funções.

Confira aqui a resposta do Ministério da Defesa na íntegra.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.