Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Como funciona a IA norte americana capaz de prever atos terroristas, mas que ainda é polêmica e considerada “antiética”

por Anna Munhoz Publicado em 24/09/2024
Como funciona a IA norte americana capaz de prever atos terroristas, mas que ainda é polêmica e considerada “antiética”

Em 2020, durante a ocupação do Afeganistão, os Estados Unidos utilizaram um sistema de Inteligência Artificial (IA) generativa desenvolvida pelo Departamento de Defesa Americano com o objetivo de prever ataques terroristas do Talibã.

Basicamente, a IA utiliza fontes de dados públicos para prever onde futuros ataques podem acontecer. O modelo, conhecido como Raven Sentry, conta principalmente com acesso a dados históricos para beneficiar as análises militares.

O sistema é capaz de reconhecer padrões de ataques e prever ataques futuros a partir dos dados históricos inseridos no programa. O contexto dos ataques também são considerados pela IA, como datas comemorativas, situações climáticas e locais que geralmente costumam ser alvos de terroristas, como mesquitas e bairros residenciais estratégicos.

O programa não toma decisões operacionais sozinho, mas consegue fornecer uma ampla conjuntura do cenário atual tendo em vista a história dos últimos 40 anos. Vale destacar ainda que a IA possui código livre, ou seja, ela pode ser utilizada comercialmente ou incorporada por outros desenvolvedores, e é aí que mora o maior problema.

E qual o problema da IA?

Os questionamentos éticos sobre o uso da ferramenta são o principal problema para as atividades de defesa, especialmente em modelos generativos, como o criado pelo governo americano.

Um dos riscos envolve o uso comercial desse tipo de tecnologia e a possibilidade de tomada de decisões a partir dos dados fornecidos por ela.

Entretanto, atualmente, a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) está buscando o desenvolvimento de outros projetos baseados em Inteligência Artificial para implementar nas ações militares do país. O objetivo é sair na frente na corrida tecnológica, especialmente com a China, país que cresce a passos largos no setor.

 

Anna Munhoz

Anna Munhoz

Jornalista e redatora com foco em concursos públicos, atualidades e segurança. Olhar atento a um conteúdo claro, útil e de confiança.