Os Estados Unidos mantêm, em 2025, um arsenal nuclear de aproximadamente 5.177 ogivas, segundo estimativas do Departamento de Defesa e de Energia. Dessas, cerca de 1.770 estão implantadas, prontas para serem utilizadas em mísseis balísticos e aeronaves estratégicas. Outras 1.930 permanecem armazenadas como reserva estratégica, enquanto 1.477 aguardam desmantelamento. A maior parte do arsenal é destinada a mísseis e submarinos, com prioridade para a modernização contínua.
O complexo Kirtland, no Novo México, armazena a maior quantidade de armas nucleares do país, especialmente aquelas destinadas ao desmantelamento na planta de Pantex, no Texas. Além disso, bases como Kitsap, em Washington, concentram submarinos com ogivas estratégicas, representando uma das áreas mais ativas do programa nuclear americano. O estoque europeu é pequeno, mas significativo, com cerca de 100 bombas táticas posicionadas em cinco países da OTAN.
Programas de modernização enfrentam desafios de custo e prazos
Os EUA iniciaram uma ambiciosa atualização de seu arsenal nuclear, com estimativa de custos entre US$ 1,2 e US$ 1,7 trilhão até 2050. Esse esforço inclui o desenvolvimento de novos sistemas de mísseis intercontinentais, bombardeiros estratégicos e submarinos de última geração. A substituição dos mísseis Minuteman III pelos novos Sentinel ICBM é um exemplo-chave. No entanto, atrasos e aumentos de custo colocam pressão sobre o orçamento militar.
O programa Sentinel, inicialmente orçado em US$ 95 bilhões, já ultrapassou US$ 130 bilhões devido a problemas na infraestrutura e na fabricação. Os primeiros lançamentos, previstos para 2023, foram adiados para 2026, com um cronograma total de implementação estendido até 2052. Para compensar esses atrasos, alguns mísseis Minuteman III deverão ser mantidos em operação além do planejado.
O setor naval também passa por transformações. A classe Columbia substituirá os submarinos nucleares da classe Ohio a partir do final da década de 2020. Embora prometam maior eficiência e menor ruído, os novos submarinos enfrentam desafios técnicos que podem atrasar sua implementação até 2031.
Novos armamentos e tecnologia avançada em desenvolvimento
Entre os armamentos mais avançados estão os mísseis Trident II D5LE e D5LE2, que equiparão submarinos das classes Ohio e Columbia. Esses mísseis, com alcance de mais de 12.000 km, serão atualizados para incluir maior precisão e capacidade de atingir alvos estratégicos. O D5LE2 começará a ser testado em 2025, com produção prevista para 2036.
No setor aéreo, o bombardeiro B-21 Raider representa o futuro das operações estratégicas. Com capacidades furtivas e integração de armas nucleares e convencionais, o B-21 começará a substituir os B-2 e B-1B a partir de 2027. Paralelamente, os B-52 passarão por uma atualização abrangente para garantir operação até os anos 2050.
A produção de ogivas também segue em alta. A nova W93 e a modernização de bombas como a B61–12 reforçam a flexibilidade estratégica. A B61–12, com precisão aprimorada, já está operacional em bombardeiros B-2 e será implantada em caças F-35 da OTAN na Europa.
EUA fortalecem dissuasão nuclear em resposta a tensões globais
A deterioração das relações com Rússia e China impulsiona os investimentos americanos em sua capacidade nuclear. Relatórios de 2024 destacam a necessidade de enfrentar múltiplas ameaças simultaneamente, com foco em dissuasão e flexibilidade operacional.
Exercícios militares frequentes, como o Global Thunder, simulam cenários de conflito nuclear, testando a prontidão das forças estratégicas. Operações como as missões de bombardeiros na Europa e na Ásia demonstram o alcance global da estratégia de dissuasão americana.
Apesar dos avanços tecnológicos, os custos exorbitantes e os atrasos colocam em questão a viabilidade de alguns programas. No entanto, especialistas acreditam que as modernizações são essenciais para manter a superioridade estratégica dos EUA frente a potências emergentes.
Com informações de: thebulletin