A Base Aérea do Galeão é uma das principais estruturas da Força Aérea Brasileira (FAB) na Região Sudeste. Localizada na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, a base está subordinada ao Terceiro Comando Aéreo Regional e opera em conjunto com o Aeroporto Internacional do Galeão. Criada oficialmente em 1941, após a extinção da aviação naval, a unidade tem desempenhado funções estratégicas desde a Segunda Guerra Mundial, com foco em transporte aéreo, apoio logístico e operações militares de grande porte.
Com uma infraestrutura complexa, a base da FAB abriga diversos esquadrões de transporte e centros de apoio técnico, logístico e administrativo. Suas unidades operacionais e de suporte atuam em missões que incluem reabastecimento em voo, evacuação aeromédica, ações humanitárias e controle do espaço aéreo.
Esquadrões operacionais: transporte, reabastecimento e missões estratégicas
A Base Aérea do Galeão abriga cinco importantes esquadrões aéreos, especializados em diversas modalidades de transporte militar e apoio logístico. Entre eles está o 1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte (1º/1º GT), conhecido como Esquadrão Gordo. Criado em 17 de fevereiro de 1953, o esquadrão tem como missão principal o transporte de tropas, cargas e a realização de reabastecimento em voo. Atualmente, opera três aeronaves cargueiras Embraer KC-390 Millennium e aguarda a entrega de novas unidades em fase de montagem.
O 1º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte (1º/2º GT), denominado Esquadrão Condor, também está baseado no Galeão. Fundado em 21 de setembro de 1959, o esquadrão é responsável por missões de transporte especial de pessoal e material. Sua frota é composta por sete aeronaves Embraer ERJ145, conhecidas na nomenclatura da Força Aérea Brasileira como C-99A.
Outro componente operacional é o 2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte (2º/2º GT), o Esquadrão Corsário. Criado em 18 de janeiro de 1968, o grupo executa missões de transporte aeroestratégico, apoio logístico, ações humanitárias e evacuação aeromédica.
O esquadrão opera duas aeronaves Airbus A330, designadas como C-30 pela Força Aérea Brasileira. Estes aviões estão programados para serem convertidos para o padrão MRTT (Multi Role Tanker Transport), e, após a adaptação, serão identificados como KC-30, com capacidade adicional para missões de reabastecimento em voo.
A base também é sede do 3º Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA), chamado de Esquadrão Pioneiro. Criado pela Força Aérea Brasileira em 1969, o esquadrão foi estabelecido com o objetivo de descentralizar as atividades do Comando de Transporte Aéreo e realizar missões de transporte aeroterrestre, logístico, lançamento de cargas, evacuação aeromédica, ações humanitárias e socorro a vítimas de desastres naturais.
A unidade está subordinada diretamente ao III COMAR e opera cerca de oito aeronaves Embraer C-95M Bandeirante e quatro aeronaves Embraer EMB-120, conhecidas como C-97 Brasília. A combinação dessas unidades reforça a importância estratégica da base para a FAB, que depende do Galeão para manter suas capacidades de mobilidade, resposta rápida e apoio aéreo em múltiplos cenários.
Estrutura de apoio e unidades especializadas na Base Aérea do Galeão
Além das unidades aéreas, a Base Aérea do Galeão abriga uma ampla rede de apoio operacional, técnico e logístico que garante a plena funcionalidade de suas atividades. Entre as unidades de segurança, está o Grupo de Segurança e Defesa do Galeão, uma organização de infantaria responsável por proteger as instalações da base, escoltar comboios e autoridades, além de garantir a integridade da infraestrutura do Aeroporto Internacional do Galeão. Esta unidade também atua na prevenção de ilícitos e na proteção de cargas e passageiros em áreas de responsabilidade da Força Aérea Brasileira.
O Grupamento de Apoio do Galeão é outra estrutura vital, encarregada de prestar suporte administrativo e logístico às organizações sediadas na base, permitindo que essas concentrem esforços em suas atividades operacionais. Já o Parque de Material Aeronáutico do Galeão atua diretamente na cadeia de manutenção, engenharia e assistência técnica, assegurando a disponibilidade de sistemas e equipamentos aeronáuticos para toda a Força Aérea Brasileira. Esta unidade também responde pela manutenção de diversas aeronaves em operação.
A base também conta com o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Galeão, que assegura o tráfego seguro de aeronaves dentro da área de jurisdição. Sua missão é garantir o fluxo ordenado de voos, monitorando o espaço aéreo e contribuindo para a segurança das operações.
Outras unidades de comando igualmente importantes também estão instaladas no local. O Primeiro Grupo de Comunicações e Controle, por exemplo, é responsável por manter o controle do espaço aéreo em regiões com cobertura limitada de radares e equipamentos de telecomunicações. Já o Grupamento de Apoio Logístico provê recursos, materiais e serviços a unidades da FAB em todo o país.
Centro de Transporte Logístico e Centro Integrado de Meteorologia da Aeronáutica
No campo da logística integrada, destaca-se o Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica, encarregado do transporte intermodal no sistema do Correio Aéreo Nacional, combinando modais aéreo e terrestre, além de atuar com despacho aduaneiro de materiais. A base ainda abriga o Centro de Computação da Aeronáutica do Rio de Janeiro, que assegura o funcionamento dos sistemas de tecnologia da informação das unidades militares.
Outros destaques incluem o Centro Integrado de Meteorologia da Aeronáutica, responsável pela vigilância e previsão meteorológica com foco na segurança e na eficiência do tráfego aéreo, e a Diretoria de Administração do Pessoal, que coordena a gestão de militares, civis, veteranos e pensionistas ligados à Aeronáutica.
Galeão é eixo estratégico da Força Aérea Brasileira no apoio logístico, controle aéreo e defesa nacional
Com uma infraestrutura robusta e múltiplas unidades operacionais e de apoio, a Base Aérea do Galeão representa uma peça-chave no funcionamento da Força Aérea Brasileira. Sua atuação vai muito além do transporte de cargas e tropas, abrangendo controle aéreo, apoio logístico, manutenção de aeronaves, vigilância meteorológica e administração de pessoal. Esses elementos fazem da base um ponto estratégico de defesa nacional e de suporte para ações civis e militares em toda a Região Sudeste e em nível nacional.